SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco Central designou um auditor para acompanhar internamente as atividades do Banco Original. A medida, que deve facilitar a troca de informações entre o regulador e o banco, ocorre logo após acordo de delação premiada fechado pelos donos da JBS, empresa do Grupo J&F, que também controla o Original.
As revelações de pagamento de propinas e a gravação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, em uma conversa comprometedora com o presidente Michel Temer, foram o estopim de uma crise política iniciada na última quarta-feira (17).
Em nota, o Original afirmou que "o caixa da instituição é robusto, a administração de ativos e passivos é confortável e segue uma gestão conservadora".
Procurado para falar sobre ter enviado um auditor ao Original, o Banco Central afirmou que não comenta casos específicos.
Anualmente, o BC monta um cronograma de auditoria nas instituições financeiras. Além disso, a autoridade monetária faz acompanhamento diário da liquidez e de limites operacionais dos bancos. Em caso de alguma anormalidade, pode designar uma auditoria extraordinária.
A agência de classificação de risco Fitch divulgou comunicado afirmando que o Original tem conseguido evitar que seus negócios sejam afetados pela crise política.
Desde a semana passada, a agência monitora a liquidez do banco. "Até agora, ela continua estável, e a administração está focada em medidas de contingência para reforçar a posição de caixa do banco", diz a agência.
O rating (nota que mede o risco de um calote) foi mantido em B+, com perspectiva estável.
Já a empresa de celulose Eldorado, também da J&F, teve o rating cortado. Na segunda (22), a Moody's rebaixou as notas de crédito da JBS e da JBS USA.
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