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Governo tenta cancelar resultado de votação do Refis

JULIO WIZIACK E DANIEL CARVALHO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo federal tenta cancelar o resultado da votação realizada na semana passada pela comissão que aprovou no Congresso as alterações na Medida Provisória que cria o Programa de Regularização

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2017, 20:05:10 Editado em 12.05.2017, 20:05:12
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JULIO WIZIACK E DANIEL CARVALHO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo federal tenta cancelar o resultado da votação realizada na semana passada pela comissão que aprovou no Congresso as alterações na Medida Provisória que cria o Programa de Regularização Tributária (PRT), popularmente chamado de Refis.

As mudanças feitas por deputados e senadores no colegiado geram uma perda de arrecadação de cerca de R$ 23 bilhões para o governo.

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Nesta sexta-feira (12), o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), encaminhou um ofício ao presidente da comissão do Refis, senador Otto Alencar (PSD-BA), solicitando o "reexame" da votação em que o relatório do deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) foi aprovado.

O texto traz uma série de emendas que favorecem empresas na renegociação de suas dívidas tributárias e previdenciárias. Com as novas regras, essas empresas terão até 180 meses para pagar e, dependendo, da parcela inicial, terão direito a até 90% de desconto das multas.

Quem acompanha essas cobranças afirma que as novas condições vão ajudar mais as grandes empresas, em sua maioria envolvidas em esquemas de corrupção.

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Cerca de 50 parlamentares que participaram das discussões condicionaram a manutenção dos enxertos ao apoio às reformas previdenciária e trabalhista.

Em resposta ao ofício apresentado por Eunício Oliveira, Otto Alencar se negou a cancelar a votação. Afirmou não ter havido qualquer irregularidade na tramitação da Medida Provisória e colocou seu cargo à disposição.

"Não vou aceitar. Essa Casa não pode ser uma extensão do governo", disse Alencar à reportagem.

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No documento, ele segue o mesmo tom.

"Receber a matéria e submetê-la novamente ao escrutínio do colegiado seria desrespeitar a decisão unânime dos membros da comissão presentes à reunião do dia 3 de maio", argumenta Alencar, destacando que "a maioria dos parlamentares presentes no momento da deliberação pertencem à base do governo no Congresso Nacional" e que o líder do governo, André Moura (PSC-SE), tinha pleno conhecimento do conteúdo do relatório.

O presidente da comissão diz que, mesmo que concorde com a retirada de artigos que não tenham relação com a matéria, os chamados jabutis, não pode concordar "de forma alguma, que isso se faça fora dos comandos legais e constitucionais".

Para ele, os jabutis devem ser retirados pelos plenários da Câmara e do Senado.

"Se é o interesse do governo não respeitar a decisão da comissão, será necessário a eleição de um outro presidente, uma vez que não me submeterei à ilegalidade de votar novamente aquilo que regimentalmente e constitucionalmente foi o decidido pelos membros do colegiado", afirma Otto Alencar.

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