SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo estuda a possibilidade de que a reforma da Previdência permita que mulheres se aposentem pelo teto com um tempo menor de contribuição.
Na proposta enviada, tanto homens quanto mulheres fora da regra de transição precisariam trabalhar 49 anos para conseguir o benefício completo - o período já caiu para 40 anos, o que também foi confirmado por Temer.
Em entrevista nesta segunda-feira (17) ao SBT, Temer disse que "não é improvável que tenhamos um tempo de contribuição um pouco menor para as mulheres".
Ele disse que o assunto seria tratado em uma reunião com a bancada feminina e não detalhou qual o sistema pensado.
Na entrevista, Temer disse também que, sem a reforma imediata, em um futuro próximo "você não terá mais verba para programas sociais, não terá mais verba para investimento". "Fazer agora é prevenir antes que aconteça uma hecatombe."
Em referência às colaborações de 77 ex-executivos da Odebrecht, Temer afirmou que não vai deixar que "uma delação qualquer" paralise o país.
"O Brasil não vai parar. O Brasil tem instituições sólidas, Judiciário funcionando regularmente. Não vamos deixar que uma delação qualquer paralise o país. O país carece de reformas, que é o que estamos fazendo."
Ele disse que tem mantido diálogo com o antecessor Fernando Henrique Cardoso e lembrou encontro com Lula - mas diz que o assunto que os move é a reforma política.
"Não vou me encontrar para encerrar a Lava Jato, isso é ignorar nosso sistema. Como alguém vai montar um esquema para acabar com o que está sendo processado no Judiciário?", questionou.
Ele disse ainda não temer uma delação premiada de Eduardo Cunha - que, mesmo preso, tem entrado em confronto com o presidente.
"Não estou preocupado com o que ele venha a fazer, espero que ele seja muito feliz, se justifique em relação aos eventuais problemas."
Ele também elogiou o correligionário, preso em Curitiba por decisão da Lava Jato. "Ele foi um deputado muito atuante, eficiente no exercício da legislatura. Mas não sei o que vai fazer, não tenho que me incomodar com isso."
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