NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um dia após suspender o lançamento de ações da companhia aérea Azul, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) revogou a decisão. A operação é estimada em R$ 1,6 bilhão.
A CVM alegou que foram cumpridas as providências solicitadas à companhia para que o processo seja retomado.
A suspensão foi justificada pela divulgação, em um site norte-americano, de informações sobre a empresa que não constavam do prospecto da oferta de ações apresentado ao órgão regulador.
A apresentação foi feita pelo fundador e principal acionista da Azul, David Neeleman, e pelo diretor financeiro da companhia, John Rodgerson. Os dados novos referem-se a projeções de ganhos com investimentos na companhia aérea portuguesa TAP.
O órgão regulador diz que a divulgação caracteriza "uso irregular de material publicitário não aprovado pela CVM". As justificativas para a suspensão citam ainda matérias na imprensa a com informações confidenciais sobre o processo de oferta de ações.
A apresentação foi retirada do site ainda na quinta (6). Essa medida é citada em comunicado distribuído pela CVM nesta sexta (7) como uma das razões para revogar a punição. É a quarta tentativa de lançamento de ações em bolsa pela Azul -as outras três foram adiadas por condições adversas do mercado acionário brasileiro. A operação é coordenada pelos bancos Itaú BBA, Citi, Deutsche Bank, BB, Bradesco, Santander e JP Morgan.
O processo está em fase final. Em comunicado distribuído após a suspensão pela CVM, a companhia diz que, se a medida fosse revogada até o dia 10, é possível iniciar as negociações dos papéis em bolsa na terça (11).
Depois disso, está previsto o lançamento de um lote suplementar, com encerramento da operação em outubro.
Procurada, a companhia ainda não se manifestou sobre a decisão.
A empresa teve prejuízo de R$ 126,3 milhões em 2016 e pretende usar os recursos da operação para reduzir seu endividamento e reforçar o capital de giro. De acordo com o prospecto do lançamento de ações, a dívida da companhia é de R$ 4 bilhões.
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