ANAÏS FERNANDES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O lançamento de imóveis residenciais na cidade de São Paulo caiu 23,3% em 2016 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) divulgados nesta terça-feira (14).
Foi o segundo ano consecutivo de forte retração nos lançamentos. Em 2015, porém, o tombo foi maior, de 32,4% ante 2014.
Com demanda baixa e estoque alto, as construtoras seguraram os novos empreendimentos. Foram 17 mil unidades lançadas em 2016, frente a 23 mil no ano anterior. Com isso, os lançamentos atingiram o menor patamar desde 2004, início da série histórica atual do Secovi.
Os lançamentos se concentraram na categoria tida como mais "segura" pelo mercado: apartamentos de dois quartos entre R$ 225 mil e R$ 500 mil.
Já a venda de imóveis novos na cidade de São Paulo recuou 20% em 2016, com 16 mil unidades comercializadas, contra 20 mil em 2015. Também foi o pior resultado da série histórica.
A cidade fechou o ano com 24 mil unidades novas em oferta. Para zerar esse estoque, o Secovi calcula que seriam necessários 19 meses.
O VGV (Valor Global de Vendas) -que soma o valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento que será lançado- caiu de R$ 10,5 bilhões em 2015 para R$ 8,6 bilhões em 2016, recuo de 18%.
"O ano passado foi o pior do nosso setor, considerando os últimos 12 anos. Para 2017, esperamos um crescimento de 5% a 10%", diz Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi.
Para Flavio Amary, presidente da entidade, inflação e taxa de juros em queda devem ajudar o setor a ter um ano melhor.
"A Selic [taxa básica de juros] baixando, a poupança volta a ter atratividade e pode ter captação positiva. Também os bancos devem voltar a diminuir as taxas de juros para crédito imobiliário", completa Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi.
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