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ATUALIZADA - PIB do Brasil cai 3,6% em 2016, e país tem pior recessão da história recente

FERNANDA PERRIN, ENVIADA ESPECIAL, E LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO9, RJ (FOLHAPRESS) - Em um ano marcado por turbulências políticas, a economia brasileira encerrou 2016 com queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com dados divulgados pel

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.03.2017, 10:49:50 Editado em 07.03.2017, 10:50:09
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FERNANDA PERRIN, ENVIADA ESPECIAL, E LUCAS VETTORAZZO

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RIO DE JANEIRO9, RJ (FOLHAPRESS) - Em um ano marcado por turbulências políticas, a economia brasileira encerrou 2016 com queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (7).

Foi o segundo ano seguido de queda do indicador, que já havia recuado 3,8% em 2015.

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Com isso, o país acumulou queda de 7,2% no acumulado de 2015 e 2016, a pior recessão já registrada pelo IBGE, cuja série começa em 1947.

A economia brasileira voltou ao mesmo patamar do terceiro trimestre de 2010.

Além da profundidade, a recessão no período se destaca por sua dispersão em todos os setores da economia, algo incomum em períodos de crise anteriores, diz Rebeca Passos, coordenadora de contas nacionais do IBGE.

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No ano, a agropecuária caiu 6,6%, seguida pela indústria (queda de 3,8%) e pelos serviços, que recuaram 2,7%. Desde 1996 o país não tinha quedas nos três principais setores da economia.

TRIMESTRE

Contrariando a expectativa do mercado, a economia encolheu 0,9% de outubro a dezembro, ante o trimestre anterior. Os analistas esperavam que essa queda fosse menor, de 0,5%.

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O resultado do período representa a oitava redução consecutiva do PIB na comparação trimestral e a mais longa sequência de quedas da série histórica de contas nacionais do IBGE, iniciada em 1996.

Já pelos critérios da FGV (Fundação Getulio Vargas), o ciclo de empobrecimento do país completou 11 trimestres, com queda acumulada de 9% do PIB.

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Pela ótica da produção, dos três setores da economia, só a agropecuária avançou no quarto trimestre, com alta de 1%. Indústria e serviços caíram 0,7% e 0,8%, respectivamente.

"Nos serviços, todas as atividades apresentaram resultado negativo, especialmente os serviços de informação (-2,1%) e transporte, armazenagem e correio (-2,0%)", informou o IBGE.

Já pela ótica da despesa, o consumo das famílias teve queda de 0,6%, recuando pelo oitavo trimestre consecutivo. A formação bruta de capital fixo (investimentos) caiu 1,6%, e a despesa de consumo do governo teve ligeira alta, de 0,1%, praticamente estável em relação ao trimestre imediatamente anterior.

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O recuo do PIB no quarto trimestre do ano passado foi maior do que o observado no terceiro trimestre (queda revista de 0,7%, contra recuo de 0,8% informado anteriormente), mas levemente melhor do a queda de 1,1% do último trimestre de 2015 quando comparado ao período imediatamente anterior.

Em relação aos últimos três meses de 2015, a redução foi de 2,5%.

2016

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O PIB totalizou R$ 6,267 trilhões em 2016.

Já o PIB per capita –ou seja, a divisão do PIB pela população do país– teve queda de 4,4%, alcançando R$ 30.407.

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Os investimentos sofreram um tombo em 2016, reduzindo 10,2% no acumulado do ano. O consumo das famílias, pressionado pela alta do desemprego e o endividamento, despencou 4,2% no mesmo período.

Impulsionadas pela desvalorização do real, principalmente no início do ano, as exportações expandiram 1,9% em 2016, enquanto as importações caíram 10,3%.

O consumo do governo, importante vetor de aquecimento de demanda no país, também teve queda no ano passado, de 0,6%. A queda, contudo, não chega a ser pior que a registrada um ano antes, de 1,1%.

No quarto trimestre, a queda foi de 0,1%, menos pior do que verificado no trimestre imediatamente anterior, que teve queda de 0,8%.

PARA FRENTE

A expectativa do mercado é que o desempenho no primeiro trimestre deste ano já esteja em terreno positivo. Para 2017, a projeção é de crescimento de 0,49% do PIB, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda (6).

A queda da inflação e a redução da taxa de juros pelo BC são as principais razões para o ânimo de economistas, que esperam que, com isso, famílias e empresários voltem a consumir e investir.

A melhora na demanda por commodities e o aumento da safra agrícola -principais produtos da pauta de exportações brasileira- também explicam o otimismo.

A visão positiva para 2017 contrasta com o ano de 2016, marcado pelo aprofundamento da recessão, com aumento do desemprego e piora da atividade econômica sobretudo nos setores de comércio e serviços, que levaram mais tempo para sentir os efeitos da crise.

Fatores políticos, como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e as investigações de negócios e políticos na Operação Lava Jato, pioraram esse cenário, afetando a confiança na economia e freando investimentos e consumo.

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