SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O economista britânico sir. Tony Atkinson morreu neste domingo (1º), aos 72 anos.
Professor da London School of Economics e pesquisador em Oxford, Atkinson se tornou célebre por seu estudo sobre a desigualdade. Ele via o problema como algo que poderia ser solucionado, caso houvesse vontade política.
Em seu último livro, "Desigualdade, O que Pode ser Feito", o economista listou 15 medidas radicais para enfrentar a questão. Entre elas, propôs forte aumento de impostos para os mais ricos, as propriedades, as heranças e as transmissões de bens intervivos.
Também pedia o direcionamento de mais recursos públicos para os mais pobres, aumentando benefícios de seguridade social e fazendo transferências de renda.
Advogava uma política contra o desemprego, com o Estado garantindo vagas e um salário mínimo para quem não encontra trabalho.
Para ele, o governo também deveria interferir em remunerações, não deixando que salários fossem definidos só pelo mercado.
Fascinado por indicadores, não se satisfez com as medidas consagradas para avaliar a desigualdade (como o índice de Gini) e criou seus próprios padrões de medida, inclusive um que leva seu sobrenome.
Na área acadêmica, atuou por 25 anos em parceria com o Prêmio Nobel Joseph stiglitz como editor do "Journal of Public Economics" (entre 1971 e 1997), no qual desafiavam as receitas ortodoxas para solucionar problemas em mercados que não funcionavam corretamente.
Tem entre os economistas influenciados por seu trabalho o francês Thomas Piketty, autor do best-seller "O Capital no Século XXI", outro livro que trata da desigualdade.
Atkinson deixa a mulher, Judith Mandeville, e três filhos.
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