ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos criaram 156 mil postos de trabalho em setembro, num momento em que qualquer dado econômico é recebido com cautela pelo mercado: quanto mais oxigenada estiver a economia doméstica, maiores as chances de o Fed (banco central americano) subir a taxa básica de juros antes do ano acabar.
Os números do mês passado, divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Departamento do Trabalho, são desanimadores -economistas previam a geração de 170 mil vagas. A taxa de desemprego cresceu de 4,9% para 5% (7,9 milhões de pessoas), voltando ao patamar de abril.
A adição de postos em agosto também decepcionou, mas não foi tão ruim quanto se imaginava: depois de revisão interna, o número pulou de 151 mil para 167 mil. A expectativa de economistas, porém, era de até 180 mil.
Em compensação, a taxa anualizada do PIB no segundo trimestre, anunciada no fim do mês passado pelo Departamento de Comércio, mostra que a economia dos EUA cresceu mais rápido do que o presumido anteriormente: 1,4%, e não 1,%, como dito em agosto. Essa foi a última das três estimativas que o governo fez para o período.
O Fed adia há meses a alta nos juros, à espera de sinais mais sólidos de que o país saiu de vez da recessão na qual se atolou em 2007. A turbulência internacional -da desvalorização da moeda chinesa ao "brexit"- ajudou a postergar a decisão.
Taxas maiores seriam um indicativo de que os EUA já estão fortes o bastante economicamente, correndo inclusive o risco de superaquecer a economia se os juros continuarem entre 0,25% a 0,5%, o panorama atual.
A última alta foi em dezembro, depois de quase uma década com juros estagnados (de 0% a 0,25%), medida tomada para estimular o mercado em tempos de crise.
Em setembro, o desemprego cresceu entre hispânicos (de 5,6% para 6,4%) e teve pouca alteração em outras faixas demográficas, como brancos (4,4%) e negros (8.3%).
No período, aumentou o número de pessoas que perderam suas vagas em cinco semanas ou menos, que agora somam 2,6 milhões. Os desempregados a longo prazo (27 semanas ou mais), que representam um em cada quatro trabalhadores deslocados no mercado, são dois milhões.
Até aqui, o país criou em torno de 178 mil novos postos por mês. No ano passado, a média mensal foi de 229 mil.
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