Correios abrem licitação pelo Banco Postal após desistência do BB

TÁSSIA KASTNER

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco do Brasil desistiu de renovar o contrato do Banco Postal com os Correios, que farão licitação para contratar um novo parceiro para prestar serviço como correspondente bancário.

O Banco Postal tem o objetivo de aumentar a bancarização dos brasileiros, oferecendo serviços financeiros em cidades sem agências bancárias. O atendimento é feito nos postos dos Correios.

O contrato do BB se encerra em 2 de dezembro deste ano, após cinco anos e meio. Em novembro, os Correios farão o leilão.

Em fato relevante divulgado ao mercado, o BB afirmou que analisará sua participação no novo processo de licitação do Banco Postal, a partir das condições estabelecidas.

O banco assumiu o Banco Postal em 2011, após vencer a disputa que teve Bradesco, Caixa e Itaú. À época, o BB pagou R$ 2,3 bilhões pelo Banco Postal, mais R$ 500 milhões pelo uso da rede de 6.000 agências dos Correios. O contrato de renovação previa novo pagamento do mesmo valor, corrigido pela taxa básica de juros da economia (hoje 14,25% ao ano).

Em agosto, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, demonstrou o menor apetite pelo banco na operação do Banco Postal. Ele confirmou que o banco negociava a renovação do contrato, mas ressaltou que o cenário era diferente do visto em 2011, quando assumiu a operação. Naquele ano, a economia brasileira ainda crescia e havia demanda maior de potenciais clientes que ainda não eram bancarizados.

Antes disso, a operação de correspondente bancário nos Correios foi operada pelo Bradesco por quase dez anos. Os correntistas são carregados pelo banco ao fim do contrato.

Quando deixou o Banco Postal, o Bradesco mapeou as regiões mais rentáveis e abriu pequenas agências ou postos de atendimento, lembra Luis Miguel Santacreu, da Austin Ratings. "Isso gerou concorrência nas regiões", diz. Hoje, um novo interessado precisaria enfrentar disputa com dois grandes bancos -Bradesco e Banco do Brasil.