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Investimentos acumulam dez trimestres de queda

BRUNO VILLAS BÔAS E GUSTAVO PATU, ENVIANDO ESPECIAL RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Num ambiente de pouca confiança dos empresários e incertezas sobre a retomada do crescimento econômico, os investimentos tiveram uma queda de 4,9% no quarto trimestre

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.03.2016, 11:20:03 Editado em 27.04.2020, 19:52:31
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BRUNO VILLAS BÔAS E GUSTAVO PATU, ENVIANDO ESPECIAL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Num ambiente de pouca confiança dos empresários e incertezas sobre a retomada do crescimento econômico, os investimentos tiveram uma queda de 4,9% no quarto trimestre do ano passado em relação aos três meses anteriores.
Com mais um resultado ruim, os investimentos -chamados tecnicamente de formação bruta de capital fixo- acumularam dez trimestres consecutivos de queda, a mais longa da nova série Considerando a antiga série histórica do IBGE, que tem metodologia diferente da atual, é também uma sequência sem precedentes desde 1991.
Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi ainda mais intensa, de 18,5%, mostram os dados divulgados nesta quinta-feira (3) pelo instituto.
Após uma sequência tão ruim, os investimentos encolheram 14,1% no ano passado, o pior resultado 4,5% no ano passado.
Esse tombo no ano foi liderado por uma combinação de menor importação e produção de bens de capital (como máquinas e equipamentos para indústria, agropecuária). O resultado negativo da construção civil também pesou.
O menor dinamismo da economia fez a taxa de investimento cair para 18,2% do valor do PIB (Produto Interno Bruto), medida de bens e serviços produzidos pelo país em 2015.
Retomar os investimentos era uma esperança para tirar o Brasil do atoleiro. No início de fevereiro, a presidente Dilma Rousseff disse que os investimentos públicos e privados eram o caminho para enfrentar a crise.
Com o ajuste fiscal e a crise na Petrobras, contudo, o governo teve um papel decisivo no colapso dos investimentos do país ao longo do ano, ao lado das estatais federais. Em 2014, os gastos públicos ainda atenuavam a onda recessiva.
Além disso, o desânimo dos empresários é um grande desafio. O índice de confiança da indústria está no menor patamar desde 2001, o ano de racionamento de energia no país. A crise política também agrega incertezas sobre o futuro.
Segundo Luis Otávio Leal, economista do banco ABC Brasil, tão ruim quanto a proporção da queda em si é o que ela significa para o potencial de crescimento do país nos próximos anos. Investimentos significam mais capacidade para crescer no futuro.
Ele diz que o PIB potencial brasileiro, que é a capacidade de o país crescer sem gerar inflação, foi reduzido de algo próximo de 4% em 2012 para 1,5% na atual conjuntura. Ele não descarta que os investimentos continuem se retraindo neste ano.
"A insegurança política será um fator para que os investimentos continuem caindo. É um ciclo vicioso. A confiança do consumidor cai e abala a dos empresários. Isso faz com que eles não invistam. E não há luz no fim do túnel para mudá-lo", afirma Leal.

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