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Presidente global da Shell defende abertura do pré-sal a empresa privada

NICOLA PAMPLONA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente global da Shell, Ben Van Beurden, defendeu nesta segunda-feira (15) a flexibilização das regras para exploração do pré-sal, que hoje garantem exclusividade à Petrobras. O executivo está no Ri

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.02.2016, 11:50:12 Editado em 27.04.2020, 19:52:57
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NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente global da Shell, Ben Van Beurden, defendeu nesta segunda-feira (15) a flexibilização das regras para exploração do pré-sal, que hoje garantem exclusividade à Petrobras. O executivo está no Rio para divulgar o início do processo de fusão das atividades com a BG, resultado de um processo de aquisição de US$ 70 bilhões, anunciado em abril de 2015.
"Esse é um assunto que diz respeito ao governo e aos congressistas, mas se me perguntar (se a abertura a outras empresas) faz sentido, eu diria que faz sentido. Ajudaria a dividir os riscos e a trazer mais investimentos", disse o executivo, em entrevista coletiva. A lei atual garante à Petrobras a exclusividade da operação do pré-sal, mas a pressão para a flexibilização da regra vem aumentando diante das dificuldades financeiras da estatal.
A vinda de Van Beurden dá uma dimensão da importância estratégica do Brasil para a nova companhia. Um mês depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, ele optou por voltar ao país para explicar a integração das atividades, enviando membros da diretoria a outros países.
"O Brasil será um país-chave na nossa estratégia", afirmou. "Está seguramente no top 3 de nosso portfólio e, se considerarmos apenas a produção em águas profundas, é o maior."
Van Beurden disse acreditar na competitividade do pré-sal, mesmo em um cenário de petróleo barato. "O break even (preço de equilíbrio dos projetos) é muito favorável, mesmo nessa faixa de preços. E, se os preços caem, os custos também caem", comentou. "Além disso, são projetos de três ou quatro décadas, então temos que pensar em três ou quatro décadas", disse o executivo.
A Shell é parceira da Petrobras no campo de Libra e a BG tem participação em outras três concessões operadas pela estatal no pré-sal, incluindo o campo de Lula, o maior do país. Juntas, as duas empresas produzem hoje 240 mil barris de óleo equivalente (somado ao gás) por dia no país.
O executivo disse acreditar "na geologia e nos fundamentos da economia brasileira", mas defendeu estabilidade regulatória e fiscal para permitir os investimentos. A Shell foi uma das poucas petroleiras a se manifestar publicamente contra uma série de leis aprovadas pelo governo do Rio no final do ano passado que podem aumentar os custos do setor.
Ele minimizou a crise da Petrobras, dizendo que "a empresa certamente vai sair dessa e continuar ajudando o país". Mas disse que ainda não discutiu com a estatal as estratégias após a fusão.
A união das atividades da Shell e da BG no Brasil começa a ser desenhada a partir desta segunda. Van Beurden não quis adiantar quantas pessoas serão demitidas no país, argumentando que a análise da estrutura organizacional levará três meses.
Em todo o mundo, a expectativa é que o corte chegue a 2.800 empregados, garantindo ganhos de sinergia de US$ 3,5 bilhões por ano até 2018.
A companhia definiu que seus focos de atuação serão o mercado global de gás natural liquefeito (GNL) e a exploração e produção de petróleo em águas profundas.
Questionado sobre a possibilidade de aquisição de ativos de gás da Petrobras, o presidente da Shell Brasil, André Araújo, afirmou que a empresa avalia "qualquer oportunidade" que a estatal apresenta ao mercado. Van Beurden, porém, descartou investimentos no setor de refino de petróleo no país.

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