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Inflação acelera para 1,27% em janeiro, pressionada por alimento e transporte

BRUNO VILLAS BÔAS RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após fechar 2015 com o maior avanço em 13 anos, a inflação abriu o ano novamente pressionada. O IPCA (índice oficial do país) foi de 1,27% em janeiro, movimento puxado por preços dos alimentos e transpo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.02.2016, 10:54:47 Editado em 27.04.2020, 19:53:10
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BRUNO VILLAS BÔAS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após fechar 2015 com o maior avanço em 13 anos, a inflação abriu o ano novamente pressionada. O IPCA (índice oficial do país) foi de 1,27% em janeiro, movimento puxado por preços dos alimentos e transporte. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo IBGE.
Trata-se da maior alta para meses de janeiro desde 2003, quando os preços subiram 2,25%. Naquele ano, o dólar subiu com as incertezas do mercado sobre o primeiro governo PT e isso afetou a inflação.
O resultado ficou acima da inflação de dezembro (0,96%) e de janeiro de 2015 (1,24%). E também das expectativas dos economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que previam avanço de 1,10% no mês passado.
Com preços ainda pressionados, a inflação acumulada em 12 meses permaneceu em dois dígitos: 10,71% até janeiro. É um pouco acima 10,67% do ano passado, que foi a maior registrada desde 2002. O centro das apostas da agência Bloomberg era de 10,52%.
ALIMENTOS
O clima instável foi o vilão dos preços dos alimentos. Com altas temperaturas e fortes chuvas (na região Sul), os preços subiram nas gôndolas dos supermercados, mercados e feiras acompanhados pelos pesquisadores do IBGE.
A inflação do grupo de alimentação e bebidas acelerou, desde forma, de 1,50% em dezembro para uma alta de 2,28% em janeiro passado. Isoladamente, o grupo foi responsável por 0,57 ponto percentual da inflação no mês.
Esse impacto veio sobretudo dos alimentos consumidos dentro de casa, que tiveram avanço de preço de 2,89% no mês passado. Comer fora de casa -bares, restaurantes, lanchonetes- subiu menos, 1,12%.
Entre as maiores altas estavam produtos como cenoura (32,64%), tomate (27,27%) e batata-inglesa (14,78%). Nos últimos 12 meses, a cebola teve um aumento de preços de 79,59%, segundo o IBGE.
O dólar alto também influencia preço dos alimentos, mas seu papel foi secundário. O avanço do câmbio eleva os preços de insumos agrícolas e de produtos negociados na moeda americana mercado de internacional, como o trigo.
TRANSPORTES
Além dos preços dos alimentos alimentos, as tarifas de ônibus urbanos subiram 5,61% na média nacional em janeiro e contribuíram para manter a inflação alta no mês, fruto dos reajustes em São Paulo e no Rio.
O grupo de transportes passou assim de uma alta de 1,36% em dezembro para 1,77% em janeiro deste ano. Isso correspondeu a 0,33 ponto percentual da inflação no mês passado, segundo informou o IBGE.
A aceleração não foi ainda maior porque os preços das passagens aéreas cederam 6,13% no mês passado, o que contribuiu para retirar 0,03 ponto percentual de pressão sobre a inflação. O movimento era esperado.
Para Eulina Nunes dos Santos, gerente de Índice de Preços do IBGE, alimentação e transportes, os dois grupos com maior peso no IPCA, concentraram o avanço da inflação neste mês. Ela disse que é cedo para falar em tendência do ano.
"Há concentração de inflação em itens importantes, como ônibus. Isso está concentrado em janeiro, neste caso. Nos alimentos que cresceram mais tem influencia de efeitos climáticos, uma característica do mês", disse Eulina.
OUTROS
Os maiores impactos foram concentrados em alimentação e transportes, mas seis dos nove grupos de preços acompanhados pelo IBGE aceleraram de dezembro para janeiro.
No ramo de despesas pessoas, cuja inflação cresceu de 0,57% para 1,19% na passagem dos dois meses.
Somente o grupo de vestuário teve deflação (queda de preços), de 0,24%. Por trás da queda estão liquidações do comércio. No cômputo geral, isso contribuiu com apenas menos 0,01 ponto no índice do mês.
RESISTÊNCIA
Pelo quadro atual, o IPCA deve desacelerar lentamente nos próximos meses para fechar o ano em 7,26%. Essa é a média das projeções dos analistas consultados pelo Banco Central na última edição do boletim Focus.
Se as expectativas se confirmarem, o resultado manterá a inflação acima do teto da meta do governo, de 6,5% neste ano. O centro da meta de inflação é de 4,5%, com uma tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Inflação nas regiões - Em %
Apesar da inflação elevada, o BC decidiu manter os juros básicos (Selic) em 14,25% ao ano em sua última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Para economistas, é uma aposta de que a queda das commodities e a crise econômica vai derrubar os preços no país.
Segundo Luis Otávio Leal, economista do banco ABC Brasil, a resistência da inflação é fruto em parte da inércia de preços do ano passado. Ou seja, bens e serviços estão sendo corrigidos hoje pelo aumento de preços do ano passado.
"A expectativa de alta dos alimentos também contribuiu para que as expectativas de inflação permaneçam altas, assim como o aumento de impostos em diferentes estados. Isso ameniza a desaceleração da inflação", disse Leal.

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