Sindicato decidirá nova paralisação no setor aéreo em assembleia

JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após o fim da paralisação de pilotos e comissários durante duas horas na manhã desta quarta-feira (3), o presidente do SNA (sindicato dos aeronautas), Adriano Castanho, afirma que a decisão sobre a manutenção da paralisação será tomada em assembleia marcada para as 10h em São Paulo, Campinas, Porto Alegre e Brasília.
Segundo ele, a ideia é "não é prosseguir, mas a decisão da assembleia é soberana".
Castanho disse que a adesão à greve "foi dentro do esperado, inclusive com a participação de trabalhadores que não estavam em voo no dia".
"Muitos deles compareceram para dar apoio aos que estavam em greve e dar informações aos passageiros", disse.
Castanho aguarda informações dos 12 aeroportos impactados para consolidar os números de trabalhadores envolvidos.
A categoria reivindica um reajuste salarial "que contemple a reposição da inflação no período de 1º de dezembro de 2014 a 1º de dezembro de 2015, ou seja, 11% de reajuste retroativo à data-base de 1º de dezembro de 2015".
IMPACTO
A Gol não informou quantos dos seus voos foram cancelados ou atrasados na manhã desta quarta-feira (3) devido à paralisação. A companhia confirma que foi impactada pela greve e diz que os cancelamentos e as reprogramações de voos foram previamente avisados aos passageiros.
Durante toda terça-feira, a empresa entrou em contato com clientes por e-mails, mensagens e telefonemas e afirma que todos foram reacomodados em outros voos, "recebendo toda a assistência necessária".
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), é obrigação das companhias informar sobre atrasos e cancelamentos, além de oferecer facilidade de comunicação (ligação telefônica, internet e outros) para atrasos superiores a uma hora. Também têm de oferecer alimentação em caso de atrasos superiores a duas horas e acomodação e traslado para atrasos superiores a quatro horas.
A Gol diz ter reforçado suas tripulações e equipes de aeroportos e colocado aeronaves reserva nos principais aeroportos do país para atender os clientes.
Mesmo após as 8h, quando estava marcado o fim da greve, a companhia mantém a recomendação para que seus clientes verifiquem o status de seus voos pelo site da empresa ou entrem em contato por telefone. Os que preferirem, segundo a GOL, podem remarcar suas viagens sem taxas e de acordo com a disponibilidade, ou solicitar reembolso integral de suas passagens.
Durante as duas horas de greve, a TAM registrou atraso em 46 voos domésticos e 4 internacionais, além de três cancelamentos nos 12 aeroportos impactados.
Para os passageiros da TAM com voos domésticos agendados entre 6h e 18h de hoje estão liberadas as taxas de remarcação e a diferença de tarifas para que antecipem seus voos ou posterguem sua viagem em até 15 dias a partir da data do voo original, havendo disponibilidade, segundo a companhia. A recomendação é para que os clientes entrem em contato com a empresa.
A Avianca Brasil informa que, entre as 6h e 8h, 13 de 32 voos foram impactos pela greve de aeronautas e aeroviários. A companhia diz que está prestando o atendimento necessário aos clientes, de acordo com o que prevê a legislação vigente. Nos casos de cancelamento, a Avianca providenciará reacomodações nos próximos voos disponíveis.
Os clientes podem ser informados sobre a situação dos voos no SAC, pelo telefone 0800-286-6543 ou 0800-286-5445 (pessoas com deficiência auditiva).
Já a Azul diz que está prestando assistência aos clientes impactados. "Só teremos uma dimensão do número de voos afetados nas próximas horas", informa a aérea.