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Gigante eólica dinamarquesa inaugura primeira fábrica no Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a produção de 2016 toda vendida e contratos que somam 376 megawatts, a fabricante de turbinas eólicas Vestas inaugurará na segunda-feira (18) sua fábrica em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. A empresa dinama

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.01.2016, 13:45:39 Editado em 27.04.2020, 19:53:40
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a produção de 2016 toda vendida e contratos que somam 376 megawatts, a fabricante de turbinas eólicas Vestas inaugurará na segunda-feira (18) sua fábrica em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza.
A empresa dinamarquesa, que tem instaladas 53 mil turbinas (20% do total global) em 70 países, aproveita o desempenho de um dos poucos negócios que cresce fortemente apesar da crise. A estimativa do setor é ter fechado 2015 com investimentos de R$ 24 bilhões e 59,4 mil empregos (contra 37 mil em 2014).
Na fábrica cearense, a primeira unidade brasileira da Vestas, o investimento foi de R$ 100 milhões e deve gerar 600 vagas.
Os equipamentos contratados em 2015 serão financiados pela linha de crédito do Finame Code, do BNDES. Para isso, a empresa obteve a certificação de conteúdo local. Planeja criar no Ceará um polo de treinamento tecnológico, em parceria com o Senai.
POR QUE CEARÁ
O Estado foi escolhido por três motivos principais. O primeiro é a proximidade dos principais centros consumidores -Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará estão entre os Estados com maior potencial de geração eólica no Brasil, ao lado do Rio Grande do Sul.
Maranhão, Piauí, Paraíba e Pernambuco também são produtores, e os aerogeradores respondem por no mínimo 30% da eletricidade produzida no Nordeste, contra 5,8% no total do país.
A expectativa do setor é chegar a 10% até 2018, segundo a Abeeólica (associação brasileira de energia eólica).
A infraestrutura logística foi outro fator de decisão, principalmente por causa dos portos de Pecém e Mucuripe. Falta um aeroporto de maior capacidade, diz o presidente da empresa, Rogerio Zampronha, para quem uma terceira vantagem do Estado é um governo "pró-mercado".
"Não é uma questão de incentivos fiscais, que são iguais aos de outras regiões, mas de interesse em receber as empresas e atrair projetos."
A dinamarquesa está desenvolvendo o novo atlas eólico do Ceará -estudo que mapeia o perfil de vento (intensidade, previsibilidade e altitude) de cada região e permite estimar o potencial de geração de energia e os equipamentos mais adequados.
SEM TRANSMISSÃO
O principal gargalo do setor, ressalta o executivo, continua sendo a transmissão. Só em novembro do ano passado foi colocada em operação a obra que permitiu escoar a produção de 12 parques eólicos na Bahia. Desde 2012, dezenas de parques já prontos ficaram paralisados no Nordeste por falta de linhas que integrassem a energia gerada ao sistema nacional.
Projetos em construção estão com atrasados e, em licitação de transmissão realizada no final de 2015, só 4 dos 12 lotes ofertados foram arrematados.
Zampronha defende que o governo priorize a fonte eólica para cumprir a meta levada à COP 21, de assegurar a participação de 20% de energia renovável na matriz elétrica, além da hidroeletricidade, até 2030.
O país tem hoje 349 usinas de geração eólica instaladas, segundo a associação brasileira do setor, com capacidade instalada de 8,71 gigawatts.
VOCAÇÃO NACIONAL
Das três principais fontes -vento, sol e biomassa-, a eólica apresenta hoje o menor custo. São menos de R$ 200 por megawatt, contra R$ 280 da biomassa e R$ 300 da solar, de acordo com os preços obtidos em leilão em novembro.
"Cada fonte tem uma vocação diferente", diz Zampronha. Ele defende que a energia solar seja incentivada como fonte de geração distribuída, em que residências e empresas podem produzir energia e fornecer o excedente para as distribuidoras, principalmente em eixos bastante urbanizados como o Rio-São Paulo. "Mas a vocação principal de energia renovável no Brasil é a eólica."
CUSTOS EM QUEDA
Impulsionada por uma mudança tecnológica que dobrou a altura das torres e triplicou a potência, a fonte de energia teve custos significativamente reduzidos. A tarifa média passou de R$ 384 por MWh (megawatt-hora), quando começou a ser leiloada, na década passada, para R$ 183 o MWh no leilão mais recente, no final do ano passado.
A capacidade instalada passou de 601 megawatts em 2009 para 2,5 gigawatts em 2012, e os quase 9 atuais.
O setor eólico foi o destaque do leilão de projetos a serem entregues a partir de janeiro de 2021, previsto para o próximo mês: das 1.055 usinas cadastradas, 864 são eólicas, segundo a EPE.
A oferta de projetos eólicos soma 21.232 dos 47.618 megawatts inscritos, 45% do total.
2016 EM ALTA
A previsão é que o setor continue crescendo fortemente em 2016. A Votorantim Energia anunciou investimento de R$ 1,13 bilhão para inaugurar, até 2018, sete parques eólicos no Piauí, na fronteira com Pernambuco. A geração inicial é de 206 megawatts, mas o projeto completo contempla 600 MW, com investimento de R$ 3 bilhões.
A fábrica da Vestas em Aquiraz vai produzir a turbina V110, que foi eleita no ano passado como a melhor do mundo pela revista técnica inglesa "Wind Power" na categoria que vai até 2,9 MW -segundo a publicação, a categoria mais competitiva do setor.

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