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Bolsa cai no mês, mas fundos de ações lideram ranking de novembro

DANIELLE BRANT E ANDERSON FIGO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar da queda de 1,6% da Bolsa em novembro, os fundos de ações livres ocuparam a liderança do ranking de investimento da Folha de S.Paulo. Em 12 meses, continuam na lanterna entre as aplicaçõe

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.11.2015, 19:01:13 Editado em 27.04.2020, 19:54:39
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DANIELLE BRANT E ANDERSON FIGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar da queda de 1,6% da Bolsa em novembro, os fundos de ações livres ocuparam a liderança do ranking de investimento da Folha de S.Paulo. Em 12 meses, continuam na lanterna entre as aplicações avaliadas. O levantamento desconta Imposto de Renda. Quando há perda, o IR não é cobrado.
Os fundos de ações livres, alternativa para o pequeno investidor que aplica em Bolsa, tiveram ganho de 1,20% (após desconto de Imposto de Renda, que é de 15% na categoria) em novembro, mas acumulam queda de 4,64% em 12 meses. Esses fundos são livres para aplicar em ações que não compõem o principal índice da Bolsa.
Já ouro e fundos cambiais ocuparam, pelo segundo mês seguido, a lanterna do ranking, apesar da valorização de 0,77% do dólar em novembro. No mês, os fundos cambiais registraram perda de 2,89%, mas ganharam 41,10% em 12 meses (após desconto de IR, que é de 17,5% na categoria).
A queda mensal é explicada pelo desempenho do dólar ao longo de novembro. A moeda americana chegou a cair 4,25% no mês com a perspectiva de que a crise política e a votação do ajuste fiscal só voltariam a causar tensões no próximo ano. No entanto, o dólar voltou a ser pressionado após a prisão do banqueiro André Esteves e do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em um desdobramento da Operação Lava Jato.
Apesar de se beneficiar do atual contexto de valorização do câmbio, a aplicação em fundo cambial é mais indicada a quem precisa se proteger da oscilação do dólar ou do euro. É o caso das pessoas que têm despesas programadas em moeda estrangeira -como um filho que mora no exterior, por exemplo.
Fora dessa circunstância, o produto não é recomendado por consultores como alternativa a pequenos investidores, uma vez que o preço do dólar oscila muito e as taxas de juros, que remuneram a renda fixa, estão elevadas -atualmente, a Selic (taxa básica de juros) está em 14,25% ao ano. Vale destacar ainda que a rentabilidade passada não é garantia de rendimento futuro.
Já o ouro perdeu 5,88% em novembro, afetado pela queda do preço da commodity no exterior. Em 12 meses, porém, o metal acumula ganho de 35,66%, graças à valorização de 51,35% do dólar. O metal é isento de IR para movimentações até R$ 20 mil e tem seu preço formado pela cotação da moeda americana e pelo valor do ouro no exterior.
A inflação medida pelo IPCA (índice oficial) foi de 9,93% nos 12 meses encerrados em outubro. Para novembro, a projeção é de 0,87%, de acordo com a mais recente pesquisa do Banco Central com economistas (o Boletim Focus).
Além do desempenho no mês, que ajuda a identificar as principais influências momentâneas sobre os investimentos, o retorno em 12 meses é considerado no levantamento da Folha de S.Paulo como forma de avaliar o desempenho dos investimentos em um prazo maior. Manter uma aplicação por pelo menos um ano também reduz a alíquota de IR a pagar em alguns casos.
DÓLAR
A moeda americana passou boa parte do mês depreciada em relação ao real, em linha com o comportamento das moedas emergentes e em um cenário de volume mais baixo.
Mas os desdobramentos da Operação Lava Jato voltaram a pressionar as cotações da moeda. "Parecia que toda a crise política ia ficar para 2016, mas como as incertezas voltaram, prevemos rodadas de valorização da moeda nos mercados locais, por uma reação de maior aversão ao risco por causa dos acontecimentos mais recentes", avalia Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos.
Ao longo do mês,o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deu fortes sinalizações de que a economia americana já apresenta sinais sólidos de que pode suportar um aumento na taxa de juros em dezembro. A segunda leitura do PIB (Produto Interno Bruto) mostrou que o país cresceu 2,1% no terceiro trimestre.
Após a última reunião do comitê de política monetária do Fed, em outubro, as expectativas de uma elevação dos juros em dezembro deste ano aumentaram para 74% -contra perspectiva anterior de alta apenas em março de 2016.
Caso isso ocorra, os investidores poderiam retirar o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, e aplicar nos títulos americanos, considerados mais seguros. Com a perspectiva de maior saída de dólares da economia brasileira, a cotação da moeda sobe.
OURO
Para investir na commodity, é possível comprar contratos negociados na BM&FBovespa, que são padronizados em 250 gramas. O grama hoje está R$ 132.
"A instabilidade aqui deu força para o ouro. Vivemos uma tragédia sem fim. O desenrolar dos acontecimentos desestabiliza o governo, e o investidor não gosta de incerteza", afirma Edson Magalhães, diretor da Reserva Metais.
Quem quiser comprar uma barra terá de desembolsar R$ 33 mil. Há corretoras, porém, que oferecem contratos com quantidades menores do metal.
O metal é considerado uma opção segura de investimento e, por isso, é mais procurado em momentos de instabilidade no mercado financeiro, como o atual.
BOLSA
O principal índice da Bolsa brasileira registrou queda de 1,63% no mês, após subir 1,80% em outubro. Em 12 meses, o Ibovespa ainda acumula baixa de 17,55%.
A instabilidade política na última semana do mês pesou sobre a Bolsa. A prisão de Esteves afetou a cotação de ações de bancos, devido ao risco de que uma crise no BTG Pactual pudesse impactar o sistema bancário como um todo.
Apesar disso, as ações do Itaú Unibanco fecharam o mês com valorização de 4,99%, enquanto os papéis do Bradesco subiram 0,57% e os do Banco do Brasil avançaram 2%.
As ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da Petrobras encerraram novembro com perda de 0,52%, enquanto as ordinárias (com direito a voto) tiveram valorização de 0,32%. Em 12 meses, os papéis acumulam desvalorização de 40,08% e 26,20%, respectivamente.
No caso da mineradora Vale, as ações preferenciais caíram 24,23% e as ordinárias desabaram 22,80%, afetadas pela tragédia em Mariana (MG). Em 12 meses, as quedas são de 46,85% e 43,48%, na ordem.
Na avaliação de especialistas, a instabilidade do mercado acionário torna mais atraentes para o pequeno investidor as opções na renda fixa, aproveitando a alta taxa de juros desses produtos.
"O cenário continua negativo, e a alta do Ibovespa no mês passado refletiu uma melhora pontual de papéis importantes. O cenário político se sobrepõe ao econômico: é preciso que o Congresso aprove medidas fiscais amargas para que a economia possa voltar a andar nos trilhos", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest.
RENDA FIXA
A Folha de S.Paulo, desde outubro, passa a publicar ranking com fundos que seguem a nova classificação de fundos da Anbima. Entraram as seguintes categorias: renda fixa simples -voltada ao pequeno investidor-; renda fixa duração baixa grau de investimento -fundos que aplicam pelo menos 80% em títulos públicos ou ativos com baixo risco de crédito- e renda fixa duração baixa soberano -que investem 100% em títulos públicos.
O aumento do juro básico (Selic) favorece esses fundos, que têm títulos públicos em sua carteira. Em 12 meses, o maior ganho entre os três foi registrado pelos fundos de renda fixa simples, que subiram 11,27% (após o desconto de IR). Em novembro, o retorno foi de 0,90%.
Os fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento e o soberano registraram ganhos de 10,91% e 10,65% em 12 meses, respectivamente. Em novembro, as valorizações foram de 0,75% e 0,73%, após IR.
A poupança -tanto para depósitos até 3 de maio de 2012 quanto após essa data- rendeu 7,94% em 12 meses e 0,63% no mês.

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