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Dólar dispara mais de 1% e Bolsa recua com preocupações políticas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A piora no quadro político e econômico do país, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, impulsionaram a cotação do dólar nesta segunda-feira (30) e influenciaram negativamente o principal índice

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.11.2015, 18:44:36 Editado em 27.04.2020, 19:54:39
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A piora no quadro político e econômico do país, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, impulsionaram a cotação do dólar nesta segunda-feira (30) e influenciaram negativamente o principal índice de ações da Bolsa brasileira.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 2,58%, para R$ 3,895 na venda. A moeda chegou a atingir máxima de R$ 3,923. No mês, houve alta 0,77%.
Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 1,64% no dia e 0,67% no mês, para R$ 3,887, depois de ter registrado máxima de R$ 3,923 na sessão.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar ganhou força sobre 15, nesta segunda-feira (30). A divisa americana também subiu sobre cinco das dez moedas globais mais importantes, entre elas o euro, o iene e a libra esterlina.
As negociações com contratos de dólar futuro e outros derivativos cambiais foram temporariamente suspensas na BM&FBovespa na manhã desta segunda-feira por causa de problemas técnicos, segundo a Bolsa.
O serviço ficou fora do ar das 11h15, e uma nova pré-abertura foi realizada às 11h30. A negociação contínua só foi retomada às 12h10.
O volume de negócios no dia foi intenso devido à briga pela formação da ptax (taxa média de câmbio calculada diariamente pelo Banco Central, cujo valor no último dia útil de cada mês serve como referência para contratos no mercado financeiro).
CENÁRIO POLÍTICO
No último domingo (29), o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a prisão temporária de André Esteves fosse transformada em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Com isso, o banqueiro renunciou aos cargos de presidente executivo e de presidente do conselho de administração do BTG Pactual.
A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político, bem como o próprio BTG ser muito afetado, o que poderia obrigá-lo a se desfazer de investimentos e, assim, prejudicar a liquidez do mercado. O banco é um dos principais gestores e custodiantes de fundos no país e é acionista em diversas empresas.
No campo político, o mercado reage ao anúncio por parte do governo de corte de R$ 10 bilhões nas despesas orçamentárias deste ano. Mesmo assim, a medida ainda não é suficiente para atingir a meta fiscal, que oficialmente segue prevendo uma economia de R$ 55,3 bilhões para o abatimento da dívida pública.
Também foi anunciado nesta sessão que a União, os Estados e os municípios registraram deficit de R$ 11,53 bilhões em outubro e de R$ 19,95 bilhões nos dez primeiros meses deste ano, segundo o Banco Central. Esse é o primeiro resultado negativo para meses de outubro desde o início da série histórica, em 2001.
LEILÕES DO BC
O Banco Central promoveu na tarde desta segunda (30) um leilão de venda de US$ 2,75 bilhões com compromisso de recompra em 2016 para estender os vencimentos de linhas de crédito que estavam previstos para dezembro.
Além disso, a autoridade monetária também dará início, na terça-feira (1º), à rolagem diária dos swaps cambiais que vencem em janeiro. A operação equivale a uma venda futura de dólares.
No mercado de juros futuros, os contratos fecharam em alta na BM&FBovespa, com exceção do DI para janeiro de 2016, que caiu de 14,155% para 14,151%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,950%, ante 15,910% na sessão anterior.
BOLSA CAI
O Ibovespa teve desvalorização de 1,64%, para 45.120 pontos. O volume financeiro foi de R$ 11,8 bilhões -acima da média diária do ano, de R$ 6,8 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. No mês, o Ibovespa teve queda de 1,63%.
As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 4,06% nesta sessão, para R$ 10,63 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, cederam 0,98%, a R$ 13,17. O movimento ocorreu na esteira da desvalorização nos preços do minério de ferro negociados no mercado à vista da China -principal destino das exportações da mineradora brasileira.
Preocupações sobre o impacto do desastre da mineradora Samarco adicionaram pressão negativa aos papéis, em particular após os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo decidirem abrir processo de R$ 20 bilhões contra a dona da barragem que se rompeu em Mariana (MG) e de suas controladoras, a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.
No azul, a Petrobras viu sua ação preferencial subir 0,92% no dia, para R$ 7,67, enquanto as ordinárias tiveram valorização de 0,86%, a R$ 9,41.
A Petrobras confirmou nesta segunda a renúncia de Murilo Ferreira ao cargo de conselheiro de administração da estatal. Ferreira, que preside a Vale, foi eleito presidente do conselho em abril, mas estava licenciado desde o dia 14 de setembro.
Entre os bancos, o Itaú subiu 0,80%, enquanto o Bradesco teve baixa de 2% e o Banco do Brasil mostrou recuo de 5,78%. O setor bancário é o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.
Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual tiveram perda de 8,53%, para R$ 20,90. Desde quarta-feira passada, quando André Esteves foi preso, esses papéis perderam 32,3%. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombaram 5,60% nesta segunda-feira, para R$ 15 cada uma.

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