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Obama diz que China, fora do TTP, decretará regras do comércio mundial

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente americano, Barack Obama, estimou neste sábado (10) que sem o Tratado Transpacífico (TTP), acordo de livre comércio assinado na segunda-feira (5) por 12 países e que não inclui a China, Pequim decretará as regras d

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.10.2015, 18:50:11 Editado em 27.04.2020, 19:55:56
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente americano, Barack Obama, estimou neste sábado (10) que sem o Tratado Transpacífico (TTP), acordo de livre comércio assinado na segunda-feira (5) por 12 países e que não inclui a China, Pequim decretará as regras do comércio internacional.
"Sem este acordo, os concorrentes que não compartilham nossos valores, como a China, decretarão as regras da economia mundial", afirmou Obama em seu discurso semanal à nação.
"Seguirão vendendo em nossos mercados e tentarão seduzir nossas empresas, mantendo seus mercados fechados", acrescentou.
Após oito anos de negociações, Estados Unidos, Japão e mais dez países fecharam em Atlanta (EUA) o Tratado Transpacífico, no que o jornal americano "The New York Times" definiu como o maior acordo comercial regional da história.
A aproximação entre esses parceiros, formalizada nesta segunda-feira (5), pode fazer com que o Brasil tenha mais trabalho para conseguir espaço para alguns de seus produtos, como frango e açúcar, em mercados importantes.
Discutida por cinco dias seguidos, o TTP abrange 40% da economia global.
Além da derrubada de barreiras tarifárias entre os países, o tratado prevê regras uniformes de propriedade intelectual e ações conjuntas contra o tráfico de animais selvagens e outras formas de crimes ambientais, por exemplo.
Com isso, tem o potencial de influenciar desde o preço do queijo ao custo de tratamentos de câncer.
Ele inclui, além de EUA e Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.
Economias asiáticas como a Coreia do Sul, Taiwan e Filipinas, e sul-americanas como a Colômbia, já estão na fila para aderir.
IMPACTO SOBRE O BRASIL
Segundo José Luiz Pimenta, professor da ESPM especialista em comércio exterior, o maior impacto do tratado deve vir da adoção de normas comuns de produção entre os países. Com isso, sua influência sobre os negócios vai além da mera derrubada de tarifas.
"Uma série de regras jurídicas comuns dão previsibilidade para negócios de longo prazo e facilitam o investimento. Você pode exportar peças dos Estados Unidos e se beneficiar das cadeias regionais para que a montagem final aconteça nesses países."
De fora do tratado, o Brasil pode perder espaço para seus produtos. "O Brasil fez um grande esforço recentemente para atender o mercado asiático de carne de frango, mas agora esses países podem começar a focar nas trocas entre si", diz.
De acordo com os detalhes do acordo divulgados pela Casa Branca, o TTP vai eliminar mais de 18 mil impostos e tarifas cobrados sobre os produtos norte-americanos nos países envolvidos. Isenta, por exemplo, a cobrança de tributos sobre as importações de produtos do setor automotivo, que chegam a 70% atualmente.
Segundo Pimenta, o Brasil tem fechado acordos comerciais com mercados menores, como Colômbia e México. O foco tem sido principalmente na derrubada de barreiras, em detrimento da adoção de normas comuns.
A rodada final de negociações do TTP em Atlanta, que começou na quarta-feira, se debruçou sobre a questão de quanto tempo de duração deve ser permitido para a manutenção de monopólio de novos medicamentos de biotecnologia, até que os Estados Unidos e a Austrália negociem um acordo.
Também estiveram em pauta a derrubada de barreiras nos mercados de laticínios e açúcar e a queda gradual, ao longo de três décadas, de impostos de importação de carros japoneses vendidos na América do Norte.

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