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Dólar comercial fecha a R$ 3,60 pela primeira vez em 12 anos; Bolsa sobe

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As apreensões políticas ofuscaram o alívio no exterior com as novas medidas adotadas pela China e levaram o dólar comercial a fechar a R$ 3,60 nesta terça-feira (25). A Bolsa brasileira conseguiu fechar em alta, embora tenha r

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.08.2015, 18:01:46 Editado em 27.04.2020, 19:57:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As apreensões políticas ofuscaram o alívio no exterior com as novas medidas adotadas pela China e levaram o dólar comercial a fechar a R$ 3,60 nesta terça-feira (25). A Bolsa brasileira conseguiu fechar em alta, embora tenha reduzido os ganhos no fim da sessão.
O dólar comercial subiu 1,54%, para R$ 3,607, o maior valor desde 21 de fevereiro de 2003, quando fechou a R$ 3,62. Corrigido, o valor seria equivalente a R$ 5,76. Na máxima, a cotação chegou a R$ 3,61.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo, teve alta de 0,73%, para R$ 3,566. Foi o maior valor desde 26 de fevereiro de 2003, quando encerrou a R$ 3,588 -o equivalente a R$ 5,71, após correção.
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,47%, para 44.544 pontos. No início dos negócios, o índice chegou a subir mais de 2%, mas a virada de humor nos mercados americanos pesou e reduziu o ganho da Bolsa brasileira.
O cenário político brasileiro ofuscou o alívio causado pelas medidas anunciadas pelo governo chinês mais cedo. A decisão do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de pedir investigação de uma empresa da campanha da presidente Dilma Rousseff causou apreensão aos investidores.
Além disso, a notícia da saída do vice-presidente, Michel Temer, da articulação política causa preocupação em relação a um potencial isolamento do governo, que já enfrenta dificuldades no Congresso para aprovar suas medidas de ajuste fiscal.
Soma-se a essa situação o rumor de que o ministro Joaquim Levy deixaria a Fazenda por não conseguir levar à frente seu plano para acertar as contas do país. "Qualquer ruído na área política acaba gerando um impacto nas condições econômicas do país, que já estão fragilizadas", avalia Carlos Pedroso, economista-chefe do Banco de Tokyo-Mitsubishi.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o mercado perdeu o parâmetro de qual seria a cotação do dólar que refletiria os fundamentos econômicos do país. "A gente nunca sabe se a cotação do dólar está correta no país", avalia.
"Nota-se que o mercado está perdido. Nós perdemos o parâmetro da taxa real por causa da precificação que o mercado vem fazendo aleatoriamente, embutindo crise política, especulação, expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos, possibilidade de rebaixamento da nota do Brasil. A gente está muito precificado."
EUA
Dados econômicos nos Estados Unidos também contribuíram para a valorização do dólar nesta sessão. Os preços de novas casas cresceram 0,2% em junho em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2014, a alta é de 4,5%.
Já o Conference Board informou que seu índice de confiança do consumidor saltou para 101,5 neste mês, leitura mais alta desde janeiro, em meio ao otimismo sobre o mercado de trabalho. O resultado veio mais forte do que os 91,0 apurados em julho.
Os números, que se somam a uma leva de dados que têm pintado um quadro favorável para a economia americana em meio a turbulências mundiais, devem ser bem recebidos pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
"Mas a decisão de aumentar os juros agora está mais dependente de China do que de dados econômicos dos EUA. Enquanto durar a incerteza sobre a saúde da economia chinesa, o Fed deve adiar o aumento dos juros", avalia Pedroso, do Banco de Tokyo-Mitsubishi.
ALÍVIO
No exterior, as Bolsas europeias conseguiram fechar em alta estimuladas pelas medidas chinesas -que, como foram anunciadas após o fechamento dos mercados locais, não impediram que as Bolsas chinesas desabassem pelo quarto dia seguido.
O banco central chinês decidiu cortar os juros no país e flexibilizar as regras de empréstimos aos bancos, em uma tentativa de conter a forte queda que atingiu as Bolsas chinesas e gerou pânico generalizado nos mercados mundiais na "segunda-feira negra".
"Ao reduzir os juros e liberar os depósitos compulsórios, o governo tenta reforçar o caixa dos bancos para emprestarem mais, em uma tentativa de reanimar a economia lá", afirma Galhardo, da Treviso Corretora.
Na Europa, os principais índices acionários reagiram com otimismo e fecharam em alta. Em Londres, o índice FTSE-100 avançou 3,09%, para 6.081 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 4,97%, para 10.128 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 avançou 4,14%, para 4.564 pontos.
Em Milão, o índice FTSE-MIB teve valorização de 5,86%, para 21.649 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou alta de 3,68%, a 10.115 pontos. E em Lisboa o índice PSI-20 se valorizou 4,71%, para 5.215 pontos.
Nos Estados Unidos, os índices chegaram a subir com a notícia chinesa, mas fecharam em baixa nesta sessão. O Dow Jones caiu 1,29%, enquanto o S&P 500 teve queda de 1,35% e o índice da Bolsa Nasdaq teve desvalorização de 0,44%.
AÇÕES
Aqui, as ações da Petrobras se recuperaram do forte tombo de segunda-feira, quando caíram mais de 5%. Os papéis preferenciais -mais negociados e sem direito a voto- da Petrobras subiram 1,80%, para R$ 7,90, e os ordinários -com direito a voto- tiveram alta de 2,07%, para R$ 8,88. No dia anterior, as ações preferenciais fecharam no menor patamar desde 2003.
As ações foram beneficiadas pela recuperação dos preços do petróleo. Apesar da valorização, as cotações seguem próximas às mínimas de seis anos e meio, por causa do excedente de oferta e pelas preocupações com a desaceleração da economia da China, maior consumidor global de energia.
As ações da Vale, que abriram em alta, fecharam em baixa nesta sessão. Os papéis preferenciais caíram 0,89%, para R$ 12,27, e os ordinários cederam 0,32%, para R$ 15,35. O preço do minério de ferro fechou com leve valorização de 0,32% nesta terça-feira.

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