SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 500 funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos foram demitidos desde sábado (8), segundo estimativa do Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região). Consultada, a GM não confirmou o número.
O sindicato afirma que mais trabalhadores receberam telegramas de desligamento nesta quarta-feira (12). Na terça (11), a GM disse que todos os comunicados foram emitidos no sábado (8) de manhã. "Mas nem todos foram entregues pelos Correios no sábado. E a entrega prosseguiu durante a semana", explicou por e-mail.
Em assembleia realizada nesta quarta (12), os trabalhadores decidiram manter a greve, iniciada na segunda, por tempo indeterminado. O sindicato marcou uma manifestação para sexta-feira (14) de manhã, em frente à montadora.
"Nós pedimos para os trabalhadores não assinarem as demissões. Inclusive nós queimamos simbolicamente os telegramas na segunda. O sindicato não aceita essas demissões", disse o secretário-geral do sindicato, Renato de Almeida.
De acordo com o Sindmetalsjc, cerca de 5.200 funcionários participam da greve, que tem como objetivo a reversão das demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora.
O sindicato propõe uma redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem impacto no salário; uma licença remunerada, ou um novo lay-off, com compromisso de estabilidade.
"O número de cortes já chega a quase 10% da planta e pode aumentar ainda mais, o que é inaceitável diante de todos os incentivos fiscais recebidos pela montadora", afirmou, em nota, o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros.
Segundo a entidade, representantes dos trabalhadores se reuniram hoje com o prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida, para pedir uma intervenção.
GREVE
No início da paralisação, a GM disse lamentar a decisão de convocar a greve e reafirmou "sua disposição para o diálogo construtivo no sentido de encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro".
"A companhia tem feito todos os esforços para evitar o corte de empregados, incluindo férias coletivas, lay-off e programas de desligamento voluntário. No entanto, essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, que registra queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado", disse a montadora em comunicado enviado por e-mail na época.
CORTES
Os cortes em São José dos Campos acontecem um mês depois de a montadora ter demitido cerca de 500 trabalhadores na fábrica de São Caetano do Sul, disse o sindicato.
A entidade também informou que na segunda-feira retornaram ao trabalho 750 trabalhadores que estavam em lay-off, resultado de uma mobilização ocorrida em fevereiro, quando a GM havia indicado a intenção de realizar 798 demissões.
A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.
GENERAL MOTORS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS 5.200, segundo o sindicato. GM não informou o número.
POSIÇÃO DO SINDICATO Querem cancelar as demissões e negociar com a GM
POSIÇÃO DA EMPRESA Não se manifestou sobre a possibilidade de negociar ou cancelar demissões.
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.08.2015, 18:17:20 Editado em 27.04.2020, 19:57:30
Siga o TNOnline no Google NewsContinua após publicidade
continua após publicidade
Deixe seu comentário sobre: "Demissões em fábrica da GM chegam a 500, diz sindicato"