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Grécia diz que acordo é viável, mas Alemanha não demonstra otimismo

LEANDRO COLON LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira (22) que aposta em um acordo "viável" para evitar o calote aos credores, ao mesmo tempo em que a Alemanha não demonstra tanto oti

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.06.2015, 10:14:49 Editado em 27.04.2020, 19:58:49
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LEANDRO COLON
LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira (22) que aposta em um acordo "viável" para evitar o calote aos credores, ao mesmo tempo em que a Alemanha não demonstra tanto otimismo.
"Essa é a hora para uma solução viável e substancial que permita à Grécia voltar ao crescimento na zona do euro com justiça social", afirmou Tsipras, pouco antes de se reunir reservadamente com o presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.
O encontro é o primeiro de reuniões prévias de Tsipras com credores antes da reunião do fim do dia, às 19h (14h, horário de Brasília) com os demais 18 líderes da zona do euro.
A chanceler alemã, Angela Merkel, sinalizou, no entanto, a possibilidade de não haver acordo definitivo nesta segunda. "Há ainda vários dias na semana em que decisões podem ser tomadas", afirmou na cidade de Magdeburg. O mesmo foi dito por Juncker em Bruxelas.
Segundo a Reuters, um porta-voz do governo alemão disse em Berlim que não existe ainda uma "base" para se tomar uma decisão. "Sem tal base, esta segunda à noite só pode ser uma cúpula de consultas", afirmou.
Os chefes do bloco do euro vão discutir última oferta feita pela Grécia para impedir o calote de uma dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI (Fundo Monetário Internacional) que expira no próximo dia 30.
Para quitá-la e manter a recuperação, a Grécia tenta desbloquear o acesso a 7,2 bilhões de euros, a última parte do socorro de 240 bilhões de euros recebido do FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. FMI, BCE e os principais líderes europeus têm exigido compromissos fiscais em troca de liberar a verba.
Eleito em janeiro sob o discurso contrário à austeridade dos governos anteriores, o primeiro-ministro grego vinha resistindo e negando nova oferta. Diante do tempo que se esgota, ele conversou no fim de semana por telefone com Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker.
Pela nova proposta, cujos detalhes não foram divulgados oficialmente, o governo aceitaria aumentar tributos de alguns alimentos e do setor hoteleiro e mexeria numa espécie de aposentadoria antecipada, gerando economia de 200 milhões de euros.
Martin Selmayr, chefe do gabinete do presidente da Comissão Europeia, afirmou em sua conta no Twitter que as propostas foram consideradas "uma boa base" de negociação pelos credores.
Segundo o jornal "The Guardian", os credores estariam dispostos a repassar mais 18 bilhões de euros à Grécia pelos próximos seis meses, dependendo das negociações.
Tsipras fez uma reunião de emergência com seus principais ministros, entre eles o de Educação, Cultura e Religião, Aristides Baltas, que confirmou os detalhes à reportagem. "Nós estamos otimistas para um acordo, mas não certos de que vá ocorrer. Querem mexer em salários e pensões, mas precisamos ter segurança", disse o ministro.
Segundo ele, dependendo dos pontos negociados, o Parlamento terá de aprovar as medidas. Neste domingo, simpatizantes do Syriza foram às ruas de Atenas defender a postura do governo.
O encontro dos líderes em Bruxelas é considerado a última tentativa de se chegar a uma solução até 30 de junho. Com o calote e o empréstimo bloqueado, a Grécia estaria pela primeira vez sem ajuda externa desde 2010.
"Não há tempo a perder", afirmou o francês François Hollande, pedindo que as negociações cheguem a acordo.
O efeito do calote no FMI seria imediato, com os bancos gregos tendo de conter saques -pelo menos 5 bilhões de euros foram retirados na semana passada. Em resposta, o BCE aumentou a margem de assistência de liquidez de emergência ao bancos gregos em cerca de 1,75 bilhão de euros. A Grécia cresceu 0,8% em 2014, mas o desemprego continua o maior da Europa (25%), a dívida pública ronda 175% do PIB (era 129% em 2009) e a economia encolheu 25% em cinco anos.

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