Os números do primeiro trimestre de 2015 da indústria e do comércio já começaram a ser divulgados e não são animadores. A queda de produtividade e venda tem sido a tônica do noticiário econômico nos últimos meses. Por outro lado, especialistas argumentam que o período é propício para repensar o negócio e torná-lo mais competitivo. Entre as principais medidas sugeridas, para passar por este momento considerado de crise, estão buscar novas parcerias e fornecedores, investir em capacitação e tecnologia e estreitar o relacionamento com os clientes, através das redes sociais e publicidade.
Para o consultor em Comércio Exterior, Paulo Peres, de Apucarana, o primeiro aspecto é ter consciência que se está passando por um momento de crise e fazer o planejamento estratégico obedecendo a realidade macroeconômica. “Tão importante quanto o controle de despesas é o desenvolvimento de produtos, serviços e prospecção de mercado”, pontua.
O consultor, que esteve no início do mês na Canton Fair, maior feira multissetorial do mundo, realizada em Guangzhou, na China, observa que o empresário precisa ir atrás de informação, estudar mercados concorrentes, para ter uma referência do que está acontecendo além da empresa, e pesquisar novos mercados para expandir os negócios.
De acordo com o consultor, sempre é tempo de inovar e agregar valor ao produto. No caso do setor de bonés e confecções, de Apucarana, a inovação pode vir com novos acessórios, tecidos tecnológicos e na capacitação de mão de obra, otimizando a produtividade.
Com produtos diferenciados e conhecimento sobre mercado internacional, assim como Peres, o consultor do Sebrae, José Henrique Martins, de Apucarana, aconselha investir no comércio exterior. “A questão é identificar onde estão as condições mais favoráveis e apostar”, aconselha, observando que tanto a importação quanto a exportação devem ser feitas de formas consciente e permanente, para ter credibilidade no mercado externo.
Quem não quer investir na exportação, Martins sugere ultrapassar, no mínimo, as fronteiras regionais e pesquisar oportunidades de negócios no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, ou seja, ir até o comprador. Para diminuir o custo logístico, neste caso, ele sugere buscar parcerias, como criar um centro de distribuição nessas regiões. “As soluções também podem ser pensadas em conjunto”, propõe.
Para a indústria, o secretário Municipal da Indústria e Comércio, Laércio Beani da Costa, de Apucarana, aconselha os empresários ainda a ficar atentos às compras públicas, para ajudar a garantir o custo fixo dos negócios.
COMÉRCIO - Martins ainda sugere que este período é ideal tanto para a indústria quanto para o comércio pesquisar novos fornecedores, que ofereçam melhor custo/benefício.
Além disso, os consultores sugerem estreitar as redes de relacionamento com os clientes e olhar para novos públicos e agregar serviços. Como exemplo, eles citam que, hoje em dia, o supermercado não vende apenas alimentos e os postos de gasolina não vendem apenas combustíveis.
PLANEJAMENTO E SUCESSO
Os empresários apucaranenses Marcelo Corsi Alves, Marcos Alves da Silva e Gilberto Bernabé Cavallini atuam em setores diferentes, mas fazem uso dos mesmos recursos para conquistar novos espaços no mercado mesmo com a retração econômica.
Marcelo, sócio proprietário de uma empresa de móveis, busca parcerias com arquitetos e designers para garantir o ritmo de crescimento. Além disso, aposta em cursos de capacitação e está sempre atento às medidas econômicas. “Mesmo com a redução de pedidos, vamos mudar para uma sede maior até o início de 2016 e contratar mais cinco profissionais”, espera.
Outro empresário que está confiante é Marcos Silva, do setor de aviamentos e acessórios para bonés. Para continuar crescendo, ele investe em consultoria, parcerias com outros profissionais da área, busca novos produtos, inclusive fora do Brasil e também desenvolve produtos novos. “Também não abrimos mão de divulgar a nossa marca e da prospecção de negócios”, afirma. A empresa de Silva tem negócios em várias regiões do Brasil e também no Paraguai e contratou dois novos funcionários neste ano.
Cavallini, por sua vez, junto com a esposa Elizabete, investem na capacitação e desenvolvimento de produtos. “Já temos vários pedidos para os próximos meses e vamos precisar de mão de obra capacitada, por isso, não demitimos”, explica. O empresário, para manter o custo fixo da empresa, não dispensa licitações públicas e está planejando o lançamento de marca própria para 2016.
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