SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma força-tarefa de órgãos do trabalho interditou parte do frigorífico Big Frango, em Rolândia (a 392 km de Curitiba), nesta quarta-feira (13), após encontrar irregularidades em atividades e equipamentos que colocavam em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores.
A empresa, que pertence à JBS e possui cerca de 4.000 funcionários, abate, na unidade, cerca de 400 mil frangos por dia.
A força-tarefa foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, INSS, Receita Federal e Advocacia-Geral da União e é considerada, pelos órgãos, a maior já feita no setor.
Ao todo, 45 máquinas que colocavam os funcionários em risco foram interditadas pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho. Parte da produção da empresa foi interrompida.
Segundo o auditor Diego Alfaro, os equipamentos não forneciam proteção aos trabalhadores.
"A gente identificou diversas irregularidades em toda a planta do frigorífico. A interdição não foi só de máquinas e equipamentos, mas também de atividades, como a do trabalho em altura, acima de dois metros, de forma insegura, e de atividades que exigiam movimentos repetitivos de membros superiores, posturas forçadas e esforço do trabalhador", diz.
A inspeção foi realizada na terça-feira (12), quando cerca de 400 trabalhadores também responderam a uma pesquisa. Segundo o Ministério Público do Trabalho, 52,9% dos entrevistados disseram ter tomado remédio ou aplicado emplastros nos últimos 12 meses para poder trabalhar.
Ainda de acordo com a pesquisa, 75,4% dos trabalhadores afirmaram que, ao final da jornada de trabalho, ficam entre cansados e exaustos.
A força-tarefa ainda analisa cerca de 2.000 prontuários médicos para saber como afastamentos e demissões foram tratados pela empresa, já que laudos médicos podem ser maquiados para que empresas paguem valores menores ao INSS.
Em 2014, segundo dados da operação, os trabalhadores da Big Frango realizaram 70.279 atendimentos de enfermagem, uma média de 225 por dia. No mesmo período, foram 60 afastamentos decorrentes de acidentes de trabalho, uma média de um por semana.
A JBS afirmou, em nota, que já "solucionou a maior parte dos itens apontados pelo Ministério Público" e que "monitora permanentemente pontos de risco".
Também diz que assumiu a unidade de Rolândia em janeiro de 2015, após a compra da Big Frango pela JBS ter sido aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e que já vinha realizando "uma série de melhorias em todas as unidades adquiridas".
Escrito por Da Redação
Publicado em 14.05.2015, 18:08:57 Editado em 27.04.2020, 20:00:00
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