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Após 3 dias em queda, dólar sobe por anúncio de fim de intervenção do BC

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de três dias seguidos em queda, o dólar subiu nesta quarta-feira (25), chegando a R$ 3,20 no valor máximo do dia. A alta ocorreu após Banco Central anunciar o fim de seu programa de intervenções diárias no mercado de câ

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.03.2015, 18:26:14 Editado em 27.04.2020, 20:01:34
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de três dias seguidos em queda, o dólar subiu nesta quarta-feira (25), chegando a R$ 3,20 no valor máximo do dia. A alta ocorreu após Banco Central anunciar o fim de seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, com leilões que equivalem à venda futura de dólares.
O ressurgimento das tensões políticas no país, com a demissão do ministro Thomas Traumann da Secretaria de Comunicação Social e novas disputas entre o governo e o Congresso em relação à aprovação de medidas de ajustes fiscais também contribuíram para a alta da moeda, de acordo com analistas ouvidos pela reportagem.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,76%, para R$ 3,181. E o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve alta de 2,36%, para R$ 3,201.
A Bolsa brasileira fechou em alta na sessão. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,68%, para 51.858 pontos.
BC BRASILEIRO
Em nota divulgada nesta terça-feira (24) após o fechamento dos negócios, a autoridade monetária informou que seu programa de leilões de swap cambial, por meio do qual diariamente são oferecidos ao mercado novos contratos que equivalem a uma venda futura de dólares, será suspenso a partir do próximo dia 31.
A decisão reforça a linha adotada pela equipe econômica do governo de não segurar artificialmente o dólar, o que já havia sido sinalizado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).
"O comunicado do Banco Central confirma rumores que já circulavam no mercado, mas deixa aberta a possibilidade de intervenção quando o BC julgar necessário para estabilizar a moeda", afirma.
O fim das intervenções na data anunciada já era previsto.
CENÁRIO POLÍTICO
A demissão de Traumann da Secretaria de Comunicação Social aumentou as incertezas políticas que estavam em segundo plano nos últimos dias.
"A demissão deixa clara a fragilidade do governo em relação às alianças políticas importantes para que os planos de ajuste fiscal se consolidem. Isso traz instabilidade e as empresas acabam tomando decisões de comprar mais dólar para proteger suas contas", afirma Fabiano Rufato, gerente sênior da mesa de câmbio da corretora Western Union.
O governo também foi derrotado na Câmara na terça-feira (24) na disputa pela renegociação da dívida dos Estados e municípios.
Pressionado pela equipe econômica do governo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou para terça-feira (31) a votação do projeto.
Segundo senadores aliados do governo, ele atendeu a pedido do ministro Joaquim Levy (Fazenda) para que o governo tenha mais alguns dias para tentar negociar uma saída com o Legislativo.
BC AMERICANO
Contribuiu para limitar a alta do dólar, de acordo com analistas, a afirmação de um integrante do banco central americano de que não vê motivos para apressar o aumento da taxa de juros dos EUA.
As declarações de Charles Evans, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano) de Chicago, provocaram valorização de algumas moedas emergentes.
Para Evans, os custos de elevar os juros nos EUA cedo demais pesam muito mais que os de elevá-los tarde demais, especialmente dada a inflação fraca e uma taxa de desemprego que, em 5,5%, ainda está acima do nível de 5% que ele vê como sustentável.
Ainda nos EUA, os planos de investimentos de empresas americanas caíram pelo sexto mês consecutivo em fevereiro, diante da demanda global fraca, o que pode levar economistas a reduzir ainda mais as estimativas de crescimento para o primeiro trimestre.
A valorização do dólar também é citada por Evans, por encarecer itens exportados por essas empresas e tornar mais custoso repatriar dinheiro obtido por multinacionais americanas em outros mercados.
O banco central americano já deixou claro que, enquanto não estiver seguro de que a economia americana está se recuperando consistentemente, não vai elevar as taxas de juros no país.
Das 24 principais moedas emergentes, 13 tiveram queda em relação ao dólar nesta sessão.
BOLSA
A Bolsa brasileira subiu na contramão dos principais mercados mundiais, que caíram.
"Ainda há investidor estrangeiro entrando na Bolsa, pois ela ainda está barata em dólar. O Ibovespa está próximo da barreira de 52.500 pontos, e na minha avaliação o mercado está começando a querer buscar os 55 mil pontos", afirma Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
A alta do Ibovespa foi impulsionada pelas ações da Petrobras, que avançaram mais de 4%.
De acordo com Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest, as ações da petrolífera reagiram a notícias de que a empresa pretende divulgar em breve o balanço, como forma de tentar evitar o pagamento antecipado de seus financiamentos.
As ações da mineradora Vale também fecharam o dia em alta, interrompendo sequência de duas baixas. Os papéis preferenciais da Vale fecharam com alta de 0,65%, para R$ 17,01. As ações ordinárias subiram 0,92%, para R$ 19,76.

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