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Brasil importa energia da Argentina um dia depois de apagão

LUCAS VETTORAZZO E JULIA BORBA BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ - Um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a dem

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.01.2015, 19:26:13 Editado em 27.04.2020, 20:03:47
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LUCAS VETTORAZZO E JULIA BORBA
BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ - Um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a demanda no horário de pico.
Segundo o relatório IPDO (Informativo Preliminar Diário da Operação) do ONS, referente a última terça-feira (20), o país importou uma média de 165 MW ao longo do dia. Essa transferência no horário de pico, registrado às 14h48, atingiu 998 MW. A Aneel considera que 1 MW abastece uma residência durante um mês inteiro.
Na explicação que acompanha o boletim, o ONS dizia que o pedido foi feito para reforçar o abastecimento das 10h23 às 12h e das 13h às 17h02. A carga foi destinada especificamente ao sistema Sudeste/Centro-Oeste. Desde 2010 que não se realizava esse tipo de operação entre os países.
A energia da Argentina entrou no Brasil por meio de uma interligação na estação de Garabi, na cidade de Garruchos (RS). Questionado, o ONS ainda não explicou o motivo da importação.
No mesmo dia, a região Sudeste/Centro-Oeste, considerada uma só pelo ONS, recebeu energia de todas as demais regiões do Brasil. Uma das características do SIN (Sistema Interligado Internacional) é que uma região que tem excedente de geração de energia envia carga para regiões com déficit.
Como os reservatórios das usinas no Sudeste/Centro-oeste estão baixos, com 17,63% de seu nível, tem havido a necessidade de se importar energia de outras regiões.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a importação de energia da Argentina segue na linha do governo de buscar alternativas para atender a demanda dos consumidores, principalmente no horário de pico -que vem ocorrendo no início da tarde, em virtude do forte calor.
A importação está relacionada com um acordo operacional energético entre os dois países e serve para que, em casos de necessidade, um país possa solicitar ao outro o envio de energia.
A definição sobre a quantidade de energia necessária para ser feita nesta importação cabe ao ONS.
Na última dia terça-feira (20), a geração do Sudeste/Centro-oeste no horário de pico foi de 36.782 MW para uma demanda de 50.976 MW. O descasamento entre oferta e demanda foi, portanto, de 14.194 MW.
Essa demanda não atendida foi coberta pela geração de usinas de outras partes do país. Itaipu, por exemplo, enviou à região 11.495 MW; o Norte e o Nordeste, mandou 1.527 MW; o Sul, 1.172 MW; e a Argentina, por fim, contribuiu com 998 MW.
O baixo nível dos reservatórios fazem com que as hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste, considerada a caixa d'água do sistema, gerem menos energia que sua capacidade.
RESERVATÓRIOS BAIXOS
O nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estavam na última terça-feira (20) mais baixos que em janeiro de 2001, ano em que o governo, comandado à época por Fernando Henrique Cardoso, teve que colocar um plano de racionamento de energia em prática.
Em janeiro de 2001, os reservatórios do Sudeste/Centro-oeste estavam 31,41% cheios. Na última terça (20), os mesmos reservatórios estavam em 17,63%. Em dezembro de 2001, os reservatórios estavam em 32,27%. Em dezembro passado, os mesmos reservatórios estavam em 19,30%.
Além de reservatórios mais baixos, a situação atual com o passado tem outra diferença sensível. Na época, o país não tinham uma quantidade suficiente de usinas térmicas para geração de emergência em período de seca nas hidrelétricas. A forte estiagem que se desenvolveu em uma das mais graves crises hídricas da história faz com que, desde o início de 2014, quase todas as usinas térmicas entrassem em operação.

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