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Eletronuclear: Fukushima não inviabiliza novas usinas

No momento em que o mundo discute alternativas à energia nuclear, a Eletronuclear, estatal brasileira que opera as usinas termonucleares, defende a utilização dessa tecnologia. Ao participar hoje de uma conferência internacional sobre energia nuclear, em

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.05.2011, 17:03:02 Editado em 27.04.2020, 20:47:00
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No momento em que o mundo discute alternativas à energia nuclear, a Eletronuclear, estatal brasileira que opera as usinas termonucleares, defende a utilização dessa tecnologia. Ao participar hoje de uma conferência internacional sobre energia nuclear, em São Paulo, Leonam Guimarães, assistente do diretor-presidente da Eletronuclear, afirmou que a energia nuclear vale a pena, já que a matriz hidrelétrica e outras formas de energia (como biomassa, solar e eólica) estão sujeitas a fatores sazonais.


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Segundo Guimarães, o acidente nuclear na usina Daiichi, em Fukushima, no Japão, terá um impacto mínimo para novas usinas. "O que o acidente gerou foi a verificação das bases do projeto (da nova usina), para lidar com eventos externos, e a definição de medidas de mitigação de acidentes severos", explicou. Nas usinas instaladas em Angra dos Reis (RJ), por exemplo, estão sendo analisados cenários de deslizamentos de encostas que seriam muito difíceis de imaginar, acrescentou.


Guimarães, que representou o diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, avaliou que os efeitos do vazamento da usina de Fukushima em março, causado pelo terremoto seguido de tsunami, foram pequenos. Guimarães lembrou que morreram quatro funcionários da usina - em consequências do tsunami, não por causa do vazamento nuclear - e que os efeitos da radiação nas pessoas mais afetadas são praticamente os mesmos provocados por alguns tipos de exames radiológicos. Ele não citou, porém, que milhares de pessoas que moravam no entorno da usina tiveram de deixar suas casas, nem os efeitos da contaminação em alimentos e no mar.


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Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel disse recentemente que 2020 era um prazo apropriado para fechar as 17 usinas nucleares do país, onde essa tecnologia é altamente impopular. Mas Guimarães defende que o debate sobre as matrizes energéticas precisa ser feito desapaixonadamente. "No Brasil discutir energia é quase como discutir futebol. A verdade é que não existe uma fonte melhor do que a outra, elas se complementam no sistema. A questão é o balanceamento", afirmou.


Angra 3


Guimarães afirmou que a finalização da usina de Angra 3 não é um aumento da utilização da energia nuclear no País, "é manter a parcela da energia nuclear no sistema". A energia nuclear responde por quase 2,6% da energia produzida no Brasil. Atualmente, cerca de 2,3 mil operários trabalham na obra, que deve ficar pronta em 2015. Segundo o representante da Eletronuclear, nos próximos dias deve ser lançado o edital de uma das fases mais caras do projeto, a montagem eletromecânica, que deve custar quase R$ 2 bilhões. Este ano a empresa deve investir R$ 1 bilhão na unidade.


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Explicando a necessidade da energia nuclear no País, Guimarães afirma que, entre 1997 e 2009, o fator de capacidade de Angra 1 e 2 foi de 78,04% e 85,87%, respectivamente. Fator de capacidade é a proporção entre a produção efetiva da usina em um período de tempo e a capacidade total máxima. "Em 2009, Angra 2 foi a 14ª usina nuclear mais produtiva do mundo", acrescentou.


Para Guimarães, o acidente de Fukushima não vai implicar na perda de competitividade da energia nuclear. A energia de Angra 1 e 2, por exemplo, é vendida a R$ 134 o megawatt-hora. Em Angra 3, a tarifa já foi definida em R$ 148 (valor referente a dezembro de 2009, que será reajustado). "Esse valor é inferior ao leilão de biomassa realizado no ano passado", comentou, referindo-se ao leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agosto de 2010, quando o preço médio foi de R$ 154,18.

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