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Murilo Ferreira desbanca Tito Martins e será presidente da Vale

Os controladores da Vale escolheram o executivo Murilo Pinto Ferreira para comandar a mineradora, conforme antecipou nesta segunda-feira o colunista Guilherme Barros. Com passagem por várias áreas da companhia, o administrador de empresas presidiu a ca

Da Redação

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 Murilo Ferreira é o novo presidente da Vale
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Murilo Ferreira é o novo presidente da Vale
Escrito por Da Redação
Publicado em 05.04.2011, 08:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:48:54
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Os controladores da Vale escolheram o executivo Murilo Pinto Ferreira para comandar a mineradora, conforme antecipou nesta segunda-feira o colunista Guilherme Barros. Com passagem por várias áreas da companhia, o administrador de empresas presidiu a canadense Vale Inco, cadeira ocupada hoje por Tito Martins, que também estava cotado para assumir a liderança da maior empresa privada do País. O nome de Martins, que chegou a ser apontado como favorito entre acionistas da Vale, não agradou à ala do governo que pretende fazer mudanças no setor de mineração, informou o na última sexta-feira. As medidas contam com apoio da presidenta Dilma Rousseff.

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Murilo Ferreira, 58 anos, foi diretor de Níquel da mineradora. Presidiu a Vale Inco por quase dois anos, de 2006 a 2008. Graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP, pós-graduado em Administração e Finanças pela FGV-RJ e especialização em M&A pela IMD Business School, Lausanne, Suíça, possui mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, segundo comunicado da Vale ao mercado. Em 1998, Ferreira foi diretor da subsidiária Vale do Rio Doce Alumínio (Aluvale), passando em seguida por diversos cargos até a saída, em 2008, quando ainda atuava como presidente da Vale Inco. O desligamento do cargo teria sido motivado por desentendimentos com Roger Agnelli.

O mandato de Roger Agnelli termina no dia 21 de maio. Apontado pelo mercado como um dos melhores administradores do País, Agnelli entrou em rota de colisão com o governo no final de 2008, quando demitiu 1,3 mil funcionários da empresa durante a crise financeira que derrubou a demanda por minério de ferro no mundo. Entre outros episódios que azedaram sua relação com o ex-presidente Lula, a demissão do diretor da Vale Demian Fiocca, que era bastante ligado ao ministro Guido Mantega, e a resistência inicial da Vale em construir novas siderúrgicas, como queria o Planalto. Pesaram ainda mais contra Agnelli as críticas que dirigiu ao PT em plena disputa eleitoral, quando José Serra subia nas pesquisas contra Dilma Rousseff.

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"Naquele momento ele assinou sua carta de demissão", avalia uma fonte. Sob a gestão de Agnelli, a Vale também se recusou a pagar a diferença de royalties cobrada do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e dos municípios produtores de minérios. Por fim, Agnelli foi encarado como o responsável pelo vazamento das conversas que tratavam de sua saída, entre Bradesco e governo. O executivo negou responsabilidade no episódio, mas a declaração não foi suficiente para apagar o incêndio – até porque sua substituição já era discutida havia meses.

A mineradora, privatizada em 1997, está nas mãos de entidades de controle governamental direto ou indireto. Somados, a BNDESPar, braço de participações do BNDES, e fundos de pensão de empresas estatais possuem cerca de 61% da holding Valepar, que controla a Vale.

Com 53% do capital ordinário da Vale, representantes da Valepar se reuniram nesta segunda-feira à noite (4) na sede da companhia para definir a sucessão de Roger Agnelli. O acionista majoritário da Valepar é a Litel, formada pela Previ e outros fundos de pensão de estatais, como Petros e Funcef. Juntos, os fundos possuem 49% do capital da Valepar. A Bradespar (braço do Bradesco), possui 21,2% do capital, enquanto Mitsui detém 18,2% e a BNDESpar, 11,51% da Valepar.

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"Nesta oportunidade, os acionistas da Valepar reiteram seu reconhecimento ao Roger Agnelli pelo
sucesso na condução da Vale nesses últimos anos, contribuindo para que a Vale alcançasse a
posição de destaque que desfruta atualmente, no País e no exterior", informa o comunicado.

Nos dez anos de gestão de Agnelli, a companhia passou de um lucro de R$ 8 bilhões para R$ 30 bilhões. Pelas mãos de Agnelli, os investidores puderam gozar de lucros recordes, com rentabilidade extraordinária de suas aplicações. Mas a elevada margem de lucro não é o único foco que o governo quer da Vale. Considerando que o maior patrimônio da mineradora está nas suas concessões, que pertencem à União, o governo quer maior retorno à sociedade. Neste sentido, Dilma Rousseff já deixou claro que pretende fazer mudanças no setor.}

Nos últimos anos, o governo vem reunindo argumentos técnicos para subsidiar as mudanças que pretende fazer na mineração. Uma delas é estimular o País a exportar menos minério de ferro e produzir mais aço, para gerar emprego e mais valor ao produto. Outra alteração trata da cobrança de royalties.

Estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) mostra que produtores de bens primários da cadeia do ferro pagam, em geral, muito menos impostos que as empresas que geram maior valor agregado, tornando mais competitivas as matérias-primas do que os produtos finais brasileiros no mercado internacional. Outro relatório aponta o subsolo brasileiro entre os mais baratos do mundo. As alíquotas de royalties no País vão de 0,2% sobre pedras preciosas e metais nobres; 1% sobre ouro; 2% para minério de ferro, fertilizantes e carvão; e 3% sobre minério de alumínio, manganês e potássio. Na Austrália, um dos maiores produtores do mundo, a taxação de royalties sobre ferro varia de 2,75% a 7,5% das vendas do produto, dependendo da região.

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