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Compras coletivas geram mercado de revenda de cupons

A febre dos sites de compra coletiva, nos quais internautas obtêm descontos de serviços por meio da compra de cupons promocionais, está alimentando o surgimento de uma "indústria do impulso". Como as promoções feitas em sites exigem do consumidor decisões

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.03.2011, 13:57:03 Editado em 27.04.2020, 20:49:33
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A febre dos sites de compra coletiva, nos quais internautas obtêm descontos de serviços por meio da compra de cupons promocionais, está alimentando o surgimento de uma "indústria do impulso". Como as promoções feitas em sites exigem do consumidor decisões rápidas para garantir descontos, o internauta age pela ansiedade e compra algo que, muitas vezes, nem vai utilizar. Na esteira desse fenômeno, surge um mercado avaliado em R$ 300 milhões, voltado para a revenda de promoções.


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Do R$ 1 bilhão que o setor de compras coletivas deve movimentar em 2011 em venda de cupons, 30% acabam se perdendo, segundo estimativas do mercado. Algumas novas empresas têm sido criadas justamente para revender esses cupons, antes que o prazo de validade termine. Atualmente, há no mercado dois modelos. No primeiro, como no caso do site Peixe Urbano (www.peixeurbano.com.br), o cliente que comprou um cupom e não pode usá-lo perde o valor total da promoção. O site tira sua porcentagem e repassa os recursos à empresa conveniada. No segundo modelo, como no caso do site CityBest (www.citybest.com.br), o cliente paga parte do valor do cupom e o restante no dia em que for ao estabelecimento que oferece o serviço. Neste caso, o cliente perde apenas parte do valor.


"Fiz uma pesquisa com usuários de sites de compras coletivas e pude identificar que a maioria não usa os cupons porque esquece", explica Erwin Julius, idealizador do Recupom (www.recupom.com.br), em entrevista por e-mail. "A compra por impulso é um fato. As pessoas não querem perder as boas ofertas e acabam comprando para garantir. Depois, o esquecimento e a desistência são os principais fatores do não consumo e ocorrem principalmente com os cupons mais baratos", diz o empresário, que abriu a empresa em dezembro do ano passado.


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Antônio Miranda, um dos criadores do Regrupe (www.regrupe.com.br), segue a mesma linha. O negócio parece tão promissor que Miranda deixou a diretoria de inteligência no Groupon (www.groupon.com.br) justamente para abrir sua própria empresa de revenda de cupons, que entrou em atividade em fevereiro. A empresa, que também concorre com o TrocaOferta (www.trocaoferta.com.br) e o TrocaDesconto (www.trocadesconto.com.br) está ativa em 30 cidades do País e deve alcançar o equilíbrio financeiro em três ou quatro meses. "Eu percebia que as pessoas compravam por impulso ou não viam detalhes da oferta e perdiam o cupom", diz o empresário.


Miranda cita como exemplo uma promoção recente - por enquanto são 50 operações por dia - que dava direito a feijoada completa e caipirinha para duas pessoas em restaurante em um bairro nobre de São Paulo. O cupom da promoção foi revendido no site por R$ 10. Além de revender promoções que o internauta afobado não usará, Miranda quer fazer em seu site operações dignas dos melhores cambistas. "Tem o caso em que o site de compra coletiva fez uma oferta que se esgotou no meio dia. A pessoa pode colocar (o cupom) para revender mais caro no nosso site. Lei da oferta e da demanda", diz.


Letícia Leite, diretora de comunicação do Peixe Urbano, questiona o índice de 30% de perda dos cupons. Para ela, a média chega a 15%, mas pode ser maior, dependendo do valor do desconto. Segundo ela, cupons para hotéis, com descontos de até R$ 1 mil, são mais utilizados. "E a pessoa não vai querer perder. Mas em teatro, se tem uma peça em maio, a gente não coloca (o cupom) com muita antecedência, mas perto da data do teatro ou do show, porque o brasileiro não se programa com antecedência."


Ela explica que a empresa tem se preocupado com o nível de descarte de cupons, cujos valores são repassados às empresas cadastradas mesmo se não forem usados. "A gente recomenda que a pessoa leia com atenção todas as informações sobre aquela oferta. Temos cuidado com a descrição do serviço. Se a pessoa não usar o cupom, pode dar de presente. E até revender", diz.

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