A ata da reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforça o entendimento de que é necessário aguardar os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas recentemente. O documento, divulgado hoje pelo Banco Central (BC), afirma que, para o Copom, "a depender das circunstâncias, ações macroprudenciais podem preceder ações convencionais de política monetária".
No parágrafo 27, o documento informa que "há certa equivalência entre ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária". Esse vínculo, segundo BC, tende a crescer no Brasil com o crescimento do mercado de crédito observado nos últimos anos. "Entretanto, não há respaldo para que esses dois conjuntos de instrumentos sejam vistos como substitutos perfeitos, pois divergem, entre outros aspectos, no alcance e nos mecanismos de transmissão."
Nesse trecho do documento, os diretores do BC explicam que as ações macroprudenciais recentes fazem parte de um conjunto mais abrangente de medidas que inclui, entre outros objetivos, a reversão dos estímulos adotados para o enfrentamento da crise de 2008 e de 2009. "Junto a outras, constituem sequência de iniciativas que visa adequar as condições financeiras domésticas ao ambiente pós-crise, caracterizado por intenso contraste entre os cenários prospectivos para os principais blocos econômicos", cita o texto.
No dia 3 de dezembro, o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaram uma série de medidas macroprudenciais para reduzir a liquidez na economia. As medidas visam dar continuidade à retirada dos incentivos introduzidos durante a crise de 2008 e 2009. Entre elas estão o aumento do requerimento de capital para operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses e a elevação do compulsório bancário. Com as medidas, o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 10,75% ao ano em sua última reunião, realizada na semana passada.
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