Os juros médios cobrados dos bancos às famílias brasileiras subiram em outubro após dois meses seguidos de queda e ficaram em 40,4%, o mesmo patamar de junho deste ano. Em setembro, os juros ao consumidor estavam em 39,4%.
Já para as empresas, em outubro, os juros tiveram queda na comparação com setembro -quando estavam a 29% - e ficaram em 28,7%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central.
De acordo com o Banco Central, o principal motivo para a alta de juros foi a greve bancária, que aconteceu entre os dias 29 de setembro e 13 de outubro. O chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou o motivo.
- Tivemos uma redução da participação do crédito consignado em outubro. Depois de longo período de participação crescente, o consignado caiu. Como ele tem juros mais baixos, como caiu essa participação, quem tomou dinheiro pagou juros mais altos. O principal motivo foi a greve bancária, porque o consignado é um crédito de balcão, feito nos bancos.
De acordo com o Banco Central, a alta de juros para os consumidores em outubro não pode ser vista como uma tendência, pois a alta de outubro teve um motivo pontual.
- A alta de juros para pessoa física é reflexo fundamental da greve, da paralisação de 29 de setembro a 13 de outubro.
Embora os juros para os consumidores tenham crescido, as taxas do cheque especial, que estão entre as maiores praticadas no mercado, tiveram queda em outubro. Caíram de 167,2% em setembro para 163,6% ao ano em outubro. No ano, os juros do cheque especial cresceram 4,5 pontos porcentuais.
Apesar da alta dos juros para os consumidores, as operações de crédito do sistema financeiro cresceram 1,6% em outubro, na comparação com setembro. Com o resultado, o total de empréstimos concedidos pelos bancos brasileiros somou R$ 1,08 trilhão no fim do mês passado. Nos 12 meses encerrados em outubro, a carteira de crédito acumula expansão de 15,7%.
Entre as operações que mais cresceram no mês passado, os financiamentos para habitação tiveram aumento de 3%, para R$ 129,12 bilhões. Em 12 meses, o aumento do financiamento para a construção de casas apresenta crescimento de 51,5%.
O crédito direcionado ao comércio cresceu 2,5% em outubro e para a indústria avançou acima da média do mercado (2,2%). Já as operações para pessoa física cresceram 1,6% e atingiram R$ 527,28 bilhões.
O Banco Central informou ainda que a participação do crédito no PIB (Produto Interno Bruto, ou soma das riquezas produzidas no país) atingiu 47,2% em outubro, percentual que vem crescendo mês a mês.
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