A falta de controle com os gastos coloca o brasileiro na lista dos mais inadimplentes. Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (8) pela empresa de análise de crédito Serasa Experian mostra que o consumidor acumula cinco dívidas, em média, e demora 217 dias (ou pouco mais de sete meses) para quitar todas e retomar o acesso ao crédito.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a inadimplência do consumidor continua ganhando força na mesma direção do endividamento. O risco de o consumidor atrasar pagamentos ficou maior no terceiro trimestre do ano.
O indicador da qualidade de crédito do consumidor recuou 0,4%, para 80 pontos, entre os meses de julho e setembro. A pesquisa é medida em uma escala de 0 a 100: quanto maior o número, melhor a qualidade de crédito e, portanto, menor a chance de calote.
Na avaliação de Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina, uma das causas que mais preocupa é o descontrole financeiro. Ele diz que gastar a prazo sem um planejamento metódico leva muitas famílias a perder as rédeas da situação, podendo ficar até sete meses sem acesso ao crédito.
- Se fôssemos financeiramente bem-educados, as ofertas sedutoras não seriam problema. Mas não temos tanta educação financeira assim. O país não dispõe de mecanismos para evitar o superendividamento do consumidor e isto é uma vulnerabilidade, pois hoje não se sabe quem está com dívidas acima de sua capacidade de pagamento e se desconhece o histórico de crédito, na hora da concessão.
Como o aumento do endividamento do brasileiro no começo do ano não foi acompanhado pela renda, sua capacidade de honrar as dívidas diminuiu nos últimos meses. A diferença entre esses fatores faz com que os salários não cresçam no mesmo ritmo que as dívidas, o que compromete a capacidade de pagamento do consumidor.
A pesquisa divulgada nesta segunda mostra que a evolução do emprego formal neste ano, com mais brasileiros trabalhando com carteira assinada, ajudou a evitar um crescimento ainda maior dos calotes.
- O brasileiro merece comemorar e consumir, porém, não a ponto de arruinar o orçamento dos meses seguintes. Equilíbrio é a palavra-chave. As conquistas têm que se manter para o resto da vida. Precisamos conferir sustentabilidade ao nosso consumo e dívidas.
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