Em meio a uma reavaliação no mercado internacional sobre as possíveis medidas que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciará na semana que vem para estimular a economia do país, o dólar subiu 0,94% e vale R$ 1,722 nesta quarta-feira (27). Esse é o maior patamar de fechamento da moeda americana desde 20 de setembro deste ano.
O consenso de que o banco central norte-americano anunciará na próxima semana medidas para estimular o crescimento da economia provocou a queda do dólar ao longo de semanas. Nos últimos dias, porém, o que se vê é a incerteza do mercado sobre o tamanho da intervenção.
O consultor financeiro da Previbank DTVM Jorge Lima disse que “o preço [do dólar] já estava mais ou menos dado em função do que se comentava" sobre as novas medidas do Fed.
- Mas não se sabe que tipo de ação ele vai tomar. Se vai ser mais forte, se vai ser mais fraca, que intensidade vai ter.
Ele destacou que após a reunião do G20 no fim de semana e o esboço de uma ação global sobre o câmbio, "o mercado está procurando um meio termo" para a ação do Fed.
No Brasil, às incertezas se soma à percepção maior de risco causada pela frequente atuação do governo no mercado de câmbio. Na semana passada, o Ministério da Fazenda elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre a entrada de capital estrangeiro para renda fixa e para o depósito de margens de garantia na bolsa.
Apesar disso, analistas do Citigroup avaliam que a tendência de valorização do real permanece no longo prazo, já que as commodities (matérias-primas) devem continuar em alta e a economia global deve se recuperar após um novo estímulo pelo Fed.
"Nosso ceticismo com o impacto das medidas [de intervenção do governo no câmbio] no médio e no longo prazos nos levou a reduzir a previsão de fim de ano para o dólar a R$ 1,65 [(ante R$ 1,72 ] e a R$ 1,70 em 2011 [ante R$ 1,80].
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