Sabe aquela viagem para os Estados Unidos ou para a Europa com que você sempre sonhou? E aquele perfume importado que custava caríssimo e que não cabia no seu orçamento? A hora para comprar esses produtos ou colocar o pé na estrada é agora, segundo economistas ouvidos pelo R7.
Isso porque a desvalorização do dólar diante do real nos últimos meses deixou mais barata a passagem de avião e a hospedagem no exterior. Comprar produtos em outros países também está mais em conta, sobretudo por causa da alta carga de impostos que incide sobre as mercadorias no Brasil, elevando o preço dos produtos aqui.
Entre janeiro e outubro deste ano, a moeda americana acumula uma desvalorização de cerca de 5,1%. O dólar fechou 2009 valendo R$ 1,74 e, nesta quarta-feira (13), encerrou o dia cotado a R$ 1,655.
Apesar dessa queda, foi no ano passado que o dinheiro brasileiro ganhou força diante do dólar. De janeiro a dezembro de 2009, o dólar ficou 25,32% mais barato – a maior queda da história do Plano Real, que entrou em vigor em julho de 1994. No final de 2008, a moeda americana valia cerca de R$ 2,40.
A moeda americana entra com frequência no Brasil por meio dos investidores estrangeiros, que colocam grana em aplicações de renda fixa para aproveitar nossa taxa básica de juros, a Selic, que está em 11,75% ao ano.
A venda de ações (capitalização) da Petrobras no mês passado atraiu uma enxurrada de dólares para o Brasil, segundo o presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), Carlos Alberto Safatle.
- O dólar em baixa favorece a importação de bens diversos, como os automóveis, por exemplo. Também compensa trazer do exterior produtos eletrônicos e roupas de grifes, já que o grande problema do produto nacional é a carga tributária [impostos].
Rogério Thomé, sócio-diretor da Alta Vista Investimentos, ressalta que o governo adotou medidas recentemente para frear a valorização do real diante do dólar – como o aumento de impostos para investimentos de estrangeiros em renda fixa.
- O valor do dólar está próximo de um piso. Então, se a expectativa é aumentar, melhor comprar agora. É um momento favorável para o consumidor viajar e para o empresário comprar máquinas do exterior, que são vendidas em dólar. Vale ressaltar que o consumidor deve preferir pagar à vista.
Para entrar no Brasil com compras do exterior, o limite é de R$ 827 (US$ 500). Caso o valor dos bens ultrapasse esse teto, o turista paga imposto de 50% sobre o valor extra. Ou seja, se o passageiro comprou R$ 993 (US$ 600) em bens, ele pagará o tributo sobre os R$ 165,50 (US$ 100) extras, isto é, R$ 82,75 (US$ 50).
Mais compras
Além da cota de R$ 827 (US$ 500) das compras feitas no exterior, o brasileiro pode aproveitar o dólar em baixa no free shop – lojas que vendem produtos diversos, de uísques a câmeras fotográficas, que ficam nos aeroportos internacionais. Quando desembarcam, os turistas podem comprar mais R$ 827 (US$ 500) em mercadorias, livres de impostos.
Deixe seu comentário sobre: "Dólar em baixa favorece compras e viagem ao exterior"