O dólar fechou com queda de 1,13% nesta sexta-feira (8), valendo R$ 1,667, menor valor desde 2 de setembro de 2008, antes da quebra do banco americano Lehman Brothers, auge da crise financeira mundial. Na semana, a moeda americana perdeu 0,83% e no ano, a desvalorização chega a 4,25%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) terminou a semana em alta de 1,27%, a 70.808 pontos.
O fechamento inesperado de 95 mil postos de trabalho nos EUA em setembro reforçou a expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central do país) decida oferecer mais estímulos à economia a partir da próxima reunião, em novembro. Isso animou as ações brasileiras.
Embora o dado não tenha proporcionado uma forte queda do dólar, foi suficiente para empurrar para cima o preço de materiais básicos como o ouro e o petróleo.
Na avaliação de analistas do banco BTG Pactual, a alta "surpreendente" das commodities (matérias-primas) - que são boa parte dos produtos de exportação do Brasil - em setembro foi um dos fatores que provocou a redução da estimativa para o dólar no fim de 2011, de R$ 1,77 a R$ 1,73. Eles ponderaram em relatório, no entanto, que "a incerteza sobre o futuro das influências externas é a principal ressalva às projeções."
Atenção
Entre as incertezas, Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista, comentou que as principais autoridades econômicas mundiais discutem neste final de semana, em Washington, a possibilidade de um acordo que esfrie a recente "guerra cambial", em que vários países, incluindo o Brasil, intervêm para frear a valorização de suas moedas.
Por outro lado, lembrou Rodrigues, a entrada de dólares ao país continua forte. Na bolsa, em que foi mantida a alíquota de 2% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o capital estrangeiro, os investidores já investiram R$ 4,6 bilhões desde o início de setembro, sem contar a oferta de ações da Petrobras.
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