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Indústrias dos EUA tentam barrar taxas medidas de Trump

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ESTELITA HASS CARAZZAI

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O empresário Max Tejeda ainda veste o boné da campanha de Donald Trump, bordado com a frase "Faça a América Grande Novamente". Tejeda, porém, não está satisfeito com a última novidade do republicano: a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio importados pelo país, anunciada na semana passada.

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"É a pior decisão que ele poderia ter tomado", disse ejeda, ao Houston Chronicle.

Dono de fábrica de tubos para extração de petróleo no Texas, ele importa boa parte de sua matéria-prima. Em suas estimativas, a imposição de uma tarifa de 25% sobre o aço, como anunciou Trump, iria aumentar seus custos em 13%, além de desacelerar a demanda por seus produtos.

A apreensão é comum a outros setores da economia dos EUA, que tentam convencer o presidente a voltar atrás na decisão -que ainda não foi detalhada, nem oficializada pelo Departamento de Comércio.

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O Brasil, segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, seria um dos países mais afetados. A União Europeia e o Canadá ameaçaram retaliar produtos americanos caso a decisão seja levada a cabo.

Mas boa parte da própria indústria dos EUA trabalha contra a tarifa, preocupada com o aumento dos custos de produção e o impacto sobre o mercado e o emprego.

Um estudo divulgado nesta semana pela consultoria The Trade Partnership, especialista em comércio exterior, estima que 179 mil vagas de trabalho seriam cortadas nos Estados Unidos com a medida, em especial nos setores de serviço, construção, metalurgia e automotivo.

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Essas indústrias precisariam lidar com custos mais altos, perda de competitividade e consequente perda de mercado, o que levaria a prováveis cortes de trabalho, segundo os economistas Joseph Francois e Laura Baughman, autores do relatório.

Eles ressaltam que as tarifas gerariam 33 mil empregos no setor siderúrgico, que atualmente concorre com a matéria-prima importada -e que celebrou a decisão.

Trump prometeu, ainda na campanha, que iria revitalizar a indústria de aço e alumínio no país, e voltou a exaltar a geração de vagas. Ele justifica a medida com base na segurança nacional. "Se você não produz aço ou alumínio, você não tem um país", afirmou o presidente.

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Mas a proporção, segundo o estudo, é de cinco vagas perdidas a cada uma criada. "O preço a pagar seria muito alto", afirmam os autores.

REAÇÕES

Os efeitos de eventuais retaliações comerciais aos EUA também preocupam outros setores econômicos.

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Um dos mais apreensivos é o setor agrícola, que no passado já sofreu retaliação contra produtos como trigo e suco de laranja.

"É um potencial de milhões e milhões de dólares, contra produtores que não têm nada a ver com essa briga", afirmou à reportagem Josh Rolph, diretor de políticas públicas da Federação de Produtores Rurais da Califórnia.

A exportação é responsável por metade das receitas dos agricultores da região -que, apesar do pendor democrata do estado, votaram massivamente em Trump.

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"É um erro não só econômico como também político", afirma Rolph. "Ele [Trump] chama os agricultores de base, mas, se continuar a fazer coisas como essa, vai colocar seu capital político em risco."

Rolph lembra que as tarifas já não funcionaram em 2002, quando George W. Bush impôs a mesma medida sobre o aço. Na época, 200 mil pessoas perderam seus empregos, segundo estudo da The Trade Partnership.

Lobistas e representantes de indústrias prejudicadas passaram os últimos dias em reuniões com o Departamento de Comércio para tentar restringir as tarifas a determinados produtos -assim como políticos republicanos, que se opõem à medida.

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Tejeda faz campanha até mesmo nas redes sociais: nesta terça (6), marcou o presidente Trump, a primeira-dama Melania, o secretário de Comércio e até os filhos de Trump em um publicação com sugestões de tarifas gradativas para aço, a depender do país exportador e do produto.

"Nós precisamos escolher nossos alvos, e não impor uma tarifa linear de 25% para todos", afirmou. "Se houver guerra comercial, que seja estratégica."

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