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Fundos pedem destituição do Conselho de Administração da BRF

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IGOR GIELOW

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os fundos de pensão da Petrobras e do Banco do Brasil enviaram carta ao Conselho de Administração da BRF, líder do mercado de processamento de alimentos no país, pedindo realização de assembleia extraordinária destituir todos os seus membros ?a começar por Abilio Diniz, presidente do órgão desde 2013.

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A correspondência foi protocolada neste sábado (24).

O movimento é decorrente da aguda crise da empresa, que registrou prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2017.

Os fundos ?Petros (Petrobras) e Previ (BB)? detêm mais de 20% do capital da empresa, e estão articulando votação em conjunto com acionistas estrangeiros, como o britânico Aberdeen (5%), que apoia a mudança.

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Os talvez 8% nas mãos de antigos donos da Sadia, marca que se fundiu à Perdigão em 2009 para dar origem à BRF, também se alinham aos fundos. Com isso, a pressão para saída de Abilio e do fundo Tarpon (ambos donos de cerca de 9% da BRF) cresce.

Abilio, que não comentou o caso, tem oito dias para responder à convocação. Se não o fizer, a assembleia pode ser realizada à sua revelia.

Segundo se comenta na empresa, a relação dele com o Tarpon, seu aliado durante quase todo o período à frente da BRF, está estremecida.

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Em nota, a Petros disse que a gestão da BRF precisa ser reformulada. ?Infelizmente, a estratégia implementada até aqui não surtiu resultados desejados?, disse o diretor de Investimentos do fundo, Daniel Lima.

Já a Previ ressaltou que ?está preocupada com os resultados negativos recorrentes e a desvalorização da empresa?. O valor da ação da BRF, que chegou a bater R$ 70 sob Abilio/Tarpon, voltou ao nível o início de 2011 ?estava em R$ 28,40 na sexta (23).

A cobrança liderada pelos fundos públicos marca uma mudança de posição política também. Desde a gestação da BRF no governo Luiz Inácio Lula da Silva, a empresa esteve próxima da órbita do PT. A entrada de Abilio no negócio contou com a bênção de Dilma Rousseff.

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Na gestão Michel Temer (PMDB), o mercado identifica no poderoso Eliseu Padilha (Casa Civil) o principal ponto de apoio de Abilio no Planalto. O ministro minimizou, por exemplo, o impacto de uma carta de governadores de Estados em que a BRF tem atuação reclamando da gestão da empresa em 2017, conforme a Folha de S.Paulo revelou.

Um aliado de Temer disse que o presidente não irá tomar partido e que os fundos devem buscar o que considerarem melhor negócio.

Governadores signatários da carta de 2017 comemoraram o pedido de destituição.

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No ano passado, uma série de fatores pressionou a BRF, tanto do ponto de vista de gestão quanto político.

A empresa foi alvo da Operação Carne Fraca, o que enfraqueceu uma posição já exposta no mercado.

Um ex-conselheiro foi preso pela Operação Lava Jato, dois outros são investigados sob acusação de serem infiltrados da rival JBS e o braço direito de Abilio teve de ser afastado por ter sido condenado em um processo.

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Por fim, em agosto foi anunciada a saída do presidente da empresa desde 2015, Pedro Faria, que voltou para o Tarpon. Seu sucessor, José Drummond, apoiado por Abilio e pelo fundo, agora tem sua posição disputada. Só na sexta (23) a BRF perdeu 8,33% de seu valor de mercado na Bolsa devido à divulgação do prejuízo. Em conferência naquele dia, Abilio disse ter sido ?surpreendido?.

Além disso, conselheiros questionam a relação da BRF com a rede de supermercados Carrefour, da qual Abilio é o terceiro maior acionista. Embora o Conselho Administrativo de Defesa Econômica tenha aprovado o acúmulo de posições em 2015, alguns veem conflito de interesse.

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