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Brasileiros de todas as classes têm dificuldade para poupar, diz SPC

Poupar dinheiro não é um hábito do consumidor brasileiro, mem mesmo entre aqueles que têm renda maior. É o que diz o Indicador Mensal de Reserva Financeira. Os dados mostram que, em cada 10 brasileiros com renda superior a cinco salários mínimos (R$ 4.690

Da Redação

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Hábito  de  poupar  não  é  comum  nem entre os  que têm renda mais altaArquivo/Agência Brasil
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Hábito de poupar não é comum nem entre os que têm renda mais altaArquivo/Agência Brasil
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.01.2018, 16:13:00 Editado em 19.01.2018, 16:14:13
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Poupar dinheiro não é um hábito do consumidor brasileiro, mem mesmo entre aqueles que têm renda maior. É o que diz o Indicador Mensal de Reserva Financeira. Os dados mostram que, em cada 10 brasileiros com renda superior a cinco salários mínimos (R$ 4.690), apenas três (30%) conseguiram encerrar o último mês de novembro com sobras de dinheiro.

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No total, 66% das pessoas que fazem parte das classes A e B não foram capazes de guardar nenhuma parte dos rendimentos e 4% não sabem ou não responderam. Apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), os dados foram divulgado hoje (19) em São Paulo.

Considerando a população de todas as classes sociais, a proporção dos que conseguem guardar dinheiro é ainda menor. Somente 20% conseguiram fechar novembro com sobras contra 70% de não poupadores. Entre aqueles que conseguiram guardar dinheiro em novembrom e que sabem o valor guardado, a média é de R$ 400,57.

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“A conjuntura econômica é um fator que contribui fortemente para que as pessoas terminem o mês sem dinheiro para investir, mas a falta de disciplina e de controle das finanças também é um grande entrave. O consumidor deve ter em mente que um orçamento controlado pode fazer toda a diferença no fim do mês. O ideal não é poupar somente o que sobra no fim do mês, mas sempre reservar uma quantia fixa”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Exemplo desse comportamento é que apenas 5% dos poupadores reconhecem guardar sempre a mesma quantia todos os meses. Um quarto (25%) guarda apenas o que sobra no orçamento quando termina de pagar todas as contas. “Se o consumidor deixar para poupar o que sobra, é mais difícil ceder aos apelos de consumo. O mais indicado é dividir o orçamento em gastos obrigatórios, gastos com lazer e com  daquilo de que se gosta e uma parte para investimentos, que precisa ser sagrada e ter objetivos distintos”, explica o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.

Caderneta é a preferida

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Segundo o Indicador Mensal de Reserva Financeira, a caderneta de poupança é o destino mais frequente do dinheiro guardado, com 60% de menções. Em segundo lugar, aparecem as pessoas que deixam o dinheiro guardado em casa (18%). Completam o ranking os fundos de investimento, com 13%; a previdência privada, com 10%; os certificados de depósito bancário (CDBs), com 8%; o Tesouro Direto, com 4%; e o dólar, com 2%.

O principal motivo alegado pelos que deixam dinheiro guardado em casa é a liquidez, com 41% de menções, ou seja, a facilidade para dispor desse dinheiro quando precisam usá-lo em momentos de necessidade. Também se destacam a sensação de segurança (20%), o fato de serem pequenas quantias (20%) e até mesmo o receio de um confisco da poupança (16%), “algo que objetivamente pode ser descartado”, afirmam o SPC Brasil e a CNDL.

Para o educador financeiro José Vignoli, se a preocupação do consumidor for a liquidez, o dinheiro pode ser depositado em uma conta poupança, que gera rendimentos e de onde pode ser sacado com facilidade. "Dessa forma, o dinheiro não fica parado e não deixa o consumidor vulnerável, uma vez que os recursos guardados na própria casa podem ser roubados ou perdidos." Vignoli destaca que, além disso, os recursos ficam segurados pelo Fundo Garantidor de Crédito, o que dá tranquilidade ao poupador.

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Tesouro Direto

Além de mostrar que  a poupança é o investimento que os poupadores mais conhecem, o indicador do SPC Brasil revelou revelou que o Tesouro Direito ainda é pouco familiar: 79% das pessoas que não usam a poupança disseram já ter ouvido falar dessa modalidade. No caso da previdência privada, 61% dos que não a têm  já ao menos ouviram falar ao seu respeito.

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Investimentos em ações são de conhecimento de 57% desses entrevistados e fundos de investimentos por 55%. Alternativa que ganhou espaço nos últimos anos, período em que a taxa Selic se manteve elevada, o tesouro direto é conhecido por apenas 33% dos poupadores que não têm essa modalidade de investimento.

De acordo com especialistas do SPC Brasil, o recuo da taxa básica de juros da economia (Selic) para 7% ao ano torna a poupança, comparativamente com outras aplicações de renda fixa, um tipo de investimento um pouco mais atrativo. “O atual ciclo de queda de juros acaba diminuindo a rentabilidade de investimentos atrelados à Selic e favorecendo a poupança, que é isenta de imposto de renda”, explica a economista Marcela Kawauti.

Garantia para aposentadoria

Técnicos do SPC Brasi alertam que a pessoa deve ter reservas distintas para cada objetivo de vida, como garantir-se contra imprevistos, conseguir uma aposentadoria tranquila ou realizar um sonho de consumo. A pesquisa mostra que proteger-se de imprevistos é o principal propósito dos brasileiros que guardam dinheiro.

Pouco mais de um terço (34%) dos poupadores reservaram parte de seus rendimentos para lidar com uma eventual doença ou morte na família. Para 32%, o principal objetivo é garantir o bem-estar da família no futuro, ao passo que 28% pensam em ter uma reserva que cubra gastos em uma situação de desemprego. Apenas 11% dos poupadores brasileiros guardam dinheiro pensando na aposentadoria.

De acordo com a pesquisa, em cada 10 brasileiros que têm reserva financeira, quatro (42%) tiveram de sacar ao menos parte desses recursos, para pagar contas de casa (13%), imprevistos (9%) ou dívidas (9%).

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