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Paralisação dos caminhoneiros afeta produção de carne, soja e leite

RIBEIRÃO PRETO, SP - A paralisação dos caminhoneiros, que atinge oito Estados nesta terça-feira (24), já prejudica a produção de carne, soja e leite em Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná. Se prolongado, o cenário tende a afetar, inclusive, parte da expo

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Publicado em 24.02.2015, 14:41:00 Editado em 27.04.2020, 20:02:35
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RIBEIRÃO PRETO, SP - A paralisação dos caminhoneiros, que atinge oito Estados nesta terça-feira (24), já prejudica a produção de carne, soja e leite em Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná. Se prolongado, o cenário tende a afetar, inclusive, parte da exportação de culturas importantes para a balança comercial brasileira. 

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Em Mato Grosso, que está em época de safra da soja, 50% da produção total no Estado já foi colhida. No entanto, o protesto dos caminhoneiros impede o escoamento dos grãos, de acordo com o Movimento Pró-Logística. 

"As lavouras estão com os estoques de seus armazéns no limite", disse Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do movimento na Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do MT). 

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A soja é o carro-chefe da balança comercial no país e o Estado de MT, um de seus principais produtores. O chamado "complexo soja" -que inclui grãos, farelo e óleo- rendeu em exportações cerca de US$ 30 bilhões em 2014. 

Em Lucas do Rio Verde (MT), onde há cerca de 500 caminhões parados na rodovia e na entrada da cidade desde quarta-feira (18), há também cargas de soja, de acordo com Gilson Pedro Pelicioli, dono de três caminhões e vereador do município pelo PMDB. "Mais três dias de paralisação e toda a carga de soja será perdida", disse. 

Além disso, a colheita nas lavouras está sendo reduzida, já que os veículos começam a ficar sem combustível. Ferreira, da Aprosoja, disse que a situação tende a piorar caso as chuvas que estão atingindo a cidade nos últimos dias cessem. 

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LEITE 

Já em Santa Catarina, foi afetada a produção de leite. De acordo com o Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtores Derivados), toda a produção foi paralisada nesta segunda-feira (23) em decorrência do movimento dos caminhoneiros e o setor calcula prejuízo de, no mínimo, R$ 10 milhões por dia sem produção. 

Em nota, a entidade informou que 70% da produção de leite no Estado está na região oeste, o epicentro da paralisação em Santa Catarina -na região, há falta de combustível em postos e alimentos hortifrúti. 

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De acordo com o sindicato, o bloqueio nas estradas impossibilita que o leite seja levado até as indústrias e também que o produto final chegue ao mercado. Na nota, o Sindileite afirmou haver "perda de matéria-prima e insegurança estabelecida em praticamente todas as regiões produtoras do Estado". 

As indústrias da região de São Miguel do Oeste (SC), que produzem alimentos perecíveis, como leite e queijo, suspenderam o carregamento dos caminhões, de acordo com Vilmar de Souza, presidente da Acismo (Associação Comercial e Industrial de São Miguel do Oeste). 

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AVES E SUÍNOS 

Também em Santa Catarina e no Paraná, as gigantes do setor alimentício BRF e Aurora interromperam a produção nos setores de aves e suínos em 17 cidades. A paralisação representa cerca de 15% do abate do grupo BRF e a totalidade das fábricas da Aurora, que deixou de exportar nesta segunda. 

De acordo com as empresas, elas não conseguem enviar as cargas para os portos, receber animais para o abate e demais matérias-primas, como ração e embalagens. A situação também começa a preocupar indústrias do Centro-Oeste, inclusive frigoríficos de carne bovina. 

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EXPORTAÇÃO AMEAÇADA 

Segundo Luciano Nakabashi, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP (Universidade de São Paulo), a paralisação ameaça as exportações e pode refletir na inflação. 

"Mas depende de quanto tempo durar o movimento. É um impacto negativo na economia", afirmou. 

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Ele prevê, no entanto, que o impacto negativo seja temporário, bem como uma possível alta nos preços em decorrência de escassez de produtos no mercado. 

Ferreira, da Aprosoja, disse que a esperança do setor é a de que a Justiça Federal autorize que as polícias façam ações de desbloqueios nas rodovias, conforme pediu a AGU (Advocacia-Geral da União). 

MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS 

O protesto da categoria se dá devido a uma combinação de motivos: redução no preço dos fretes e aumento de custos. Nesta segunda (23), caminhoneiros bloquearem trechos de rodovias em sete Estados. 

Rodovias no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais foram bloqueadas, causando prejuízo a produtores rurais e indústrias dessas regiões. 

Nesta terça (24), os protestos chegaram a São Paulo, mas só na madrugada.

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