BRASÍLIA, DF - União, Estados e municípios fecharam 2014 com deficit de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB), segundo o Banco Central. Os números se referem ao resultado primário, que é a diferença entre receitas e despesas não financeiras. Não inclui, portanto, receitas e despesas com juros.
Esse é o primeiro resultado negativo registrado pelo BC na série histórica iniciada em dezembro de 2001. Antes desse período, as estatísticas oficiais apontam deficit em 1997, época em que o número do BC era apurado com outra metodologia.
Em dezembro, o setor público registrou deficit primário de R$ 12,9 bilhões. O governo federal teve superavit de R$ 755 milhões. Estados registraram deficit de R$ 11,9 bilhões.
A promessa da nova equipe econômica é colocar as contas no azul novamente em 2014, com uma economia de 1,2% do PIB neste ano. Para isso, já foram anunciadas várias medidas de aumento de tributos e corte de gastos.
Se forem acrescentadas também as receitas e despesas financeiras, o setor público fechou o ano com deficit de R$ 343,9 bilhões. Na comparação com o PIB, o resultado é mais que o dobro do verificado no fim de 2013.
DÍVIDA PÚBLICA
Como o governo não teve dinheiro para cobrir todas as suas despesas, isso levou a um aumento do seu endividamento.
A dívida líquida do setor público terminou o ano em 36,7% do PIB, maior percentual desde fevereiro de 2012 (37,4%). No fim de 2013, estava em 33,6%. A dívida líquida é a diferença entre o que o governo deve e seus ativos, como as reservas em moeda estrangeira.
O foco da nova equipe econômica, no entanto, é a redução da dívida bruta, que subi de 56,7% para 63,4% do PIB de 2013 para 2014.
ESTADOS E MUNICÍPIOS
O governo federal (que inclui o resultado do BC e do INSS) registrou deficit primário de R$ 20,5 bilhões no ano passado (0,40% do PIB). Estados tiveram resultado negativo de R$ 13,3 bilhões (0,26% do PIB).
Os municípios, por outro lado, tiveram resultado positivo de R$ 5,5 bilhões (0,11% do PIB).
Empresas estatais em todas as esferas tiveram deficit de R$ 4,3 bilhões (0,08% do PIB).
CÂMBIO
O BC informou ainda que registrou em 2014 uma perda inédita de R$ 17,3 bilhões nas operações de swap cambial, dentro do programa de intervenções no dólar. Esse valor é incorporado à conta de juros da dívida pública.
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