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Setor calçadista contrata 60 mil trabalhadores após sobretaxa ao chineses

Após sofrer com a concorrência considerada desleal dos produtos chineses vendidos no Brasil abaixo do custo de produção, numa prática conhecida como dumping, o setor de calçados se recuperou e está otimista em relação ao mercado. De acordo com o presid

Da Redação

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 Atualmente, o calçado chinês é taxado em US$ 13,85
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Atualmente, o calçado chinês é taxado em US$ 13,85
Escrito por Da Redação
Publicado em 06.07.2010, 09:20:00 Editado em 27.04.2020, 21:00:05
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Após sofrer com a concorrência considerada desleal dos produtos chineses vendidos no Brasil abaixo do custo de produção, numa prática conhecida como dumping, o setor de calçados se recuperou e está otimista em relação ao mercado. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, as medidas antidumping adotadas pelo governo federal em setembro do ano passado permitiram que o setor gerasse mais 60 mil empregos, chegando a 360 mil postos de trabalho.

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A avaliação foi feita durante a abertura da 42ª edição da Feira Internacional da Moda em Calçados e Assessórios (Francal), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte da capital paulista. O presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, disse que o mercado calçadista vive um bom momento.

Segundo ele, as vendas do setor no varejo cresceram 7% nos primeiros seis meses do ano e devem expandir mais 14% durante o próximo semestre. A grande preocupação dos empresários, atualmente, é que ainda existem brechas para burlar as medidas antidumping. Recentemente, o Brasil sobretaxou produtos chineses para conter a prática de dumping que prejudicava a indústria local.

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Segundo Cardoso, já é possível verificar um aumento expressivo das importações de calçados desmontados ou de países ainda não cobertos pela taxação extra. Segundo a Abicalçados, a Malásia, por exemplo, tem servido de intermediária para o produto chinês chegar ao Brasil, burlando as restrições tarifárias. Atualmente, o calçado chinês é taxado em US$ 13,85. Para fugir da medida antidumping, os chineses estariam exportando peças e componentes para outros países que, ao finalizar o produto, o venderiam a preços baixos nos países importadores. “O crescimento [das importações] é grande. Algumas associadas já identificam perda de negócio para essas exportações ilegais”, ressaltou o presidente da associação.

Cardoso teme que, caso não se tome uma atitude rapidamente, essas importações possam impactar a indústria calçadista. “Nós precisamos agir rápido porque, entrando no segundo semestre, o maior período de vendas, podemos ter um efeito de golpe, como no último trimestre de 2008”, alertou.

Já existe a previsão legal de mecanismos para impedir também essas práticas, mas ainda precisam ser regulamentados. Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, o governo espera um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para regulamentar e implementar esses mecanismos. “Estamos trabalhando com a Receita Federal para regulamentar as chamadas medidas antielisão. Essas medidas permitiriam a extensão das medidas antidumping a outros mercados”, disse o secretário após participar da abertura da Francal, que reúne 8 mil empresas brasileiras do ramo calçadista.

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Medida ainda não regulamentada, a antielisão permitiria ao governo desfazer negócios em que fosse comprovada a prática de fraude, dolo ou simulação, como no caso da triangulação praticada entre os fabricantes chineses e os de outros países para fazer chegar o produto subavaliado ao Brasil.

Participante da Franca, Paula Gomes, gerente comercial de uma companhia que produz palmilhas de gel, disse que o evento é uma oportunidade de expandir os negócios. “A gente faz muitos novos contatos, até mais contatos do que pedidos na verdade. Mas esse contatos se tornam pedidos posteriormente.” Ela confirma que o momento está sendo bom para o setor, especialmente com o aquecimento da economia. “Nossa média de crescimento anual em vendas gira em torno de 20% a 30%”. A empresa em que Paula trabalha tem 400 funcionários. Destes, 60 foram contratados no último ano.

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