SÃO PAULO, SP - A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas e similares) divulgou nesta quarta-feira (9) o desempenho do mercado de motocicletas, que teve a produção nacional reduzida em 10,2% entre janeiro e novembro de 2014, em relação ao mesmo período de 2013.
Nesse intervalo, foram 1.429.012 motocicletas fabricadas, contra 1.592.073 unidades no ano passado.
Entre janeiro e o mês passado, a média acumulada de exportações teve recuo de 16,3% em relação a 2013, caindo de 98.002 para 82.003 unidades exportadas neste ano, entre janeiro e novembro.
De acordo com o presidente da entidade, Marcos Fermanian, a queda se deve à crise na Argentina, maior consumidor de motos brasileiras.
Algo que deve se agravar em 2015, segundo o executivo, quando são esperadas apenas 40 mil motos exportadas -uma baixa de 55,6%.
PREMIUM E SCOOTERS EM ALTA
Apesar da queda de vendas nos segmentos de baixa e média cilindrada, o nicho de motos premium (a partir de 450 cm³) subiu 10,8% nas vendas de varejo, com 51.208 novas motos vendidas entre janeiro e novembro.
Os scooters cresceram 30,8% nas vendas em igual período, com 9.030 unidades a mais em relação a 2013 -total de 38.344 novos veículos.
PREVISÕES PARA 2015
Diante das novas linhas crédito disponíveis recentemente no Banco Pan e na Caixa Econômica Federal (com juros a partir de 0,93% ao mês), a entidade comemora alta de vendas financiadas.
Em novembro, esta modalidade aumentou 17,2% em relação a outubro, o que levou ao retorno de vendas diárias na casa de 6.000 unidades.
Isso, somado à nova lei que agiliza a retomada de bens (inadimplentes) leva a crer em previsões otimistas para 2015, quando, segundo Fermanian, "se deverá ter um mercado mais estável, no qual esperamos alta de 2% na produção".
Traduzida em números, a porcentagem sugere uma produção de 1.500.000 motos no próximo ano, contra cerca de 1.470.000 motos esperadas até o fechamento de dezembro.
BICICLETAS
Apesar do boom ecologicamente correto das bicicletas, o ano não foi bom para o segmento. Surpreendeu com baixa de 10% nas vendas -de 3,9 para 3,6 milhões de unidades comercializadas em 2014.
Segundo Eduardo Musa, vice-presidente da Abraciclo e diretor da Caloi, a criação de ciclofaixas é apenas o início de uma cultura de uso diário das bicicletas.
Segundo ele, "se trata de uma mentalidade de uso mais racional que surgirá a médio e longo prazo. Parece que ultimamente muita gente tirou sua bike da garagem e voltou a rodar", completou.
Apesar da produção nacional ter mostrado queda, a venda de modelos importados pulou de 241.400 unidades vendidas em 2013, para 244.000 em 2014.
Segundo Musa, o mercado espera absorção cada vez maior de modelos com maior tecnologia e valor agregado.
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