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BC não pretende reverter alta do dólar e vai deixar o câmbio se ajustar

BRASÍLIA, DF - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (9) que a instituição não trabalha para reverter a alta do dólar e que vai deixa o câmbio se ajustar.  A ação do BC ficará concentrada em conter o repasse dessa al

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Publicado em 09.12.2014, 13:28:00 Editado em 27.04.2020, 20:05:08
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BRASÍLIA, DF - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (9) que a instituição não trabalha para reverter a alta do dólar e que vai deixa o câmbio se ajustar. 

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A ação do BC ficará concentrada em conter o repasse dessa alta para a inflação, com aumento dos juros, e oferecer proteção ao mercado contra variações bruscas no preço da moeda, por meio de intervenções. 

"Não estamos brigando contra o preço do dólar em real. Temos de evitar efeitos secundários [sobre a inflação] e não buscar reverter o preço do dólar. A melhor linha de defesa é deixar o câmbio ajustar", afirmou o presidente do BC durante audiência pública no Congresso Nacional. 

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Segundo Tombini, a valorização da moeda norte-americana é um movimento global de fortalecimento do dólar. Essa mudança tem como base o fato de a economia dos EUA estar crescendo acima do verificado em outros países. 

Sobre o programa de intervenções no câmbio, Tombini repetiu o discurso que fez no mês passado ao ser confirmado no comando do BC no próximo mandato da presidente Dilma. 

Disse que não há necessidade de reduzir o volume de contratos de câmbio que estão no mercado. Avaliou que esse estoque já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial. Afirmou ainda que a instituição já começou a fazer empréstimos com dólar das reservas para atender a necessidade do mercado no fim do ano. 

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O dólar será um fator de contenção do deficit do Brasil nas suas transações com o exterior em 2015, segundo o BC. 

"As perspectivas para o setor externo em 2015 são mais positivas e sustentam-se na expectativa de um maior crescimento global, na depreciação observada do real e na ampliação da produção interna de petróleo, fatores que devem contribuir para o melhor desempenho da balança comercial", afirmou Tombini. 


ELEIÇÕES 

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Foi o dólar, e não as eleições, segundo Tombini, que guiaram a política de alta de juros neste fim ano. 

O presidente do BC afirmou que, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de setembro, o dólar estava na casa de R$ 2,25. Foi o último encontro antes das eleições. Na época, a instituição manteve a taxa básica em 11% ao ano. 

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No encontro seguinte (que já estava agendado há um ano), três dias após a votação do segundo turno, o dólar estava acima de R$ 2,50. Na ocasião, o BC elevou a taxa para 11,25% ao ano. 

Segundo Tombini, desde o fim de setembro, ou seja, antes das eleições, o BC já vinha sinalizando que voltaria a subir os juros. Isso foi feito em dois discursos, nos quais a instituição afirmou que não seria "complacente" com a inflação. "Os sinais por parte do BC estavam ali." 


CADA UM NO SEU QUADRADO 

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Tombini afirmou ainda que um fator que pode contribuir para a queda da inflação é o cumprimento da meta de superavit primário de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2015. Segundo Tombini, dado o baixo crescimento do país, essa economia terá efeito "contracionista" sobre a atividade.

"Quanto mais apertada a política fiscal, mas fácil o nosso trabalho. É o que eu tenho falado nesta Casa há quatro anos", afirmou Tombini. 

"O problema é que eles não lhe ouvem", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, que classificou Tombini como um sobrevivente de uma equipe econômica que remou contra o BC ao incentivar o descontrole fiscal. 

Para Tombini, as políticas fiscal e monetária atuam de forma independente, mas complementar. Com Fazenda e BC "cada um no seu quadrado", mas mantendo a comunicação entre eles. 

Sobre a atividade, afirmou que espera uma recuperação gradual ao longo de 2015, com a melhora progressiva da confiança de consumidores e empresários.

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