RIO DE JANEIRO, RJ - Após quatro trimestres de queda, o investimento reagiu e cresceu 1,3% no terceiro trimestre deste ano, embora num ritmo que não recupera as perdas passadas. No segundo trimestre, a queda havia sido de 0,5%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No acumulado dos últimos quatro trimestre, o investimento registra uma retração de 4,6%, contra uma alta de 0,7% do PIB. O desempenho ruim está associado à menor confiança de empresários na economia e no governo (ainda mais em um ano eleitoral), aos juros mais altos, à crise da indústria e à desaceleração do crédito.
Apesar da retomada no período de julho a setembro, o investimento deve terminar o ano com o pior resultado desde 2009, auge da crise internacional. Naquele ano, a perda foi de 6,7%. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o indicador mostra forte perda de 8,5%.
Nesta sexta-feira (28), o IBGE divulgou os dados do PIB referentes ao terceiro trimestre do ano. A economia cresceu apenas 0,1% no período, saindo da chamada recessão técnica.
Segundo o instituto, a chamada taxa de investimento ficou em 17,4% no terceiro trimestre, abaixo dos 19% do mesmo período de 2013. Para economistas, o Brasil precisa ampliar sua capacidade de investir e produzir para voltar a crescer. Uma expansão de 3% a 4% do PIB por um longo período, dizem, demanda uma taxa de investimento (proporção de tudo o que é investido em relação ao valor do PIB) da ordem de 22% a 23%.
INDÚSTRIA
Da mesma forma que o investimento, a indústria reagiu, sem, contudo, apagar os resultados ruins do passado. O setor avançou 1,7% entre julho e setembro frente ao trimestre anterior. Trata-se da primeira alta em quatro trimestre --no segundo deste ano, a queda havia ficado em 2%.
Ainda assim, a indústria acumula uma retração de 0,5% nos últimos 12 meses. Registra um tombo de 1,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2013.
Para Rebecca Palis, gerente das Contas Nacionais do IBGE, a indústria avançou, mas sobre uma base fraca de comparação. Ela destaca o bom desempenho da indústria de extrativa, com alta de 2,2% do segundo para o terceiro trimestre. O crescimento superou o da indústria de transformação (0,7%).
A melhora, diz, deve-se à passagem do efeito negativo da Copa sobre a produção em razão do menor número de dias úteis.
AGROPECUÁRIA
Segundo Palis, o clima adverso e uma frustração na colheita de cana-de-açúcar, segundo mais importante produto agrícola do país atrás apenas da soja, determinaram o fraco desempenho da agropecuária. O setor caiu 1,9% frente ao segundo trimestre e teve leve avanço de 0,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2013.
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