SÃO PAULO, SP - O Brasil fechou 30.283 vagas formais de trabalho em outubro, primeiro resultado negativo para esses meses desde a série histórica iniciada em 1999, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (14).
Em setembro, haviam sido criados 123.785 postos com carteira assinada. Em outubro do ano passado foram criados 94.893 empregos. No acumulado do ano foram criados 912.287 empregos.
Os dados referem-se ao saldo entre admissões e demissões sem ajuste, ou seja, sem as informações enviadas pelas empresas fora do prazo.
O resultado do mês veio bem abaixo da expectativa de analistas. Onze instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data apontavam saldo positivo de 56,7 mil postos de trabalho formais no mês passado. As projeções iam de 52 mil até 67 mil novas vagas.
SETORES
O saldo negativo do mês foi puxado pela perda de postos na construção civil (-33.556), agricultura (-19.624) e indústria de transformação (-11.849). Enquanto isso, comércio (32.771 postos) e serviços (2.433) tiveram saldo positivo.
Nesta sexta-feira, o IBGE informou que o volume de vendas do comércio teve o segundo mês consecutivo de alta em setembro, com expansão de 0,4%.
MOTIVOS
Em entrevista coletiva em Salvador, onde os dados foram divulgados, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que o resultado de outubro foi inesperado.
Ele atribuiu o saldo negativo à estiagem em São Paulo e às incertezas geradas pelo período eleitoral. "Foi inesperado. Tradicionalmente, quedas só são verificadas em dezembro, quando as demissões são mais fortes. O período eleitoral inibiu, muita gente deixou de fazer investimento para esperar passar a eleição. A seca em São Paulo também afetou negativamente o emprego", afirmou.
Com isso, o ministro estima que a geração total de emprego neste ano possa ficar abaixo da estimativa do ministério, de um milhão de vagas.
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