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BC sinaliza ciclo curto de aumento de juros, mas de olho no dólar

BRASÍLIA, DF - O Banco Central deve promover um ciclo curto de aumento da taxa básica de juros entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2015. Essa é a avaliação de economistas com base na divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária)

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Publicado em 06.11.2014, 13:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:10
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BRASÍLIA, DF - O Banco Central deve promover um ciclo curto de aumento da taxa básica de juros entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2015. Essa é a avaliação de economistas com base na divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) nesta quinta-feira (6).

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Na semana passada, o BC elevou os juros de 11% para 11,25%, surpreendendo o mercado, poucos dias após o resultado das eleições. Uma alta mais forte do dólar, no entanto, pode obrigar a instituição a elevar a taxa, que está hoje em 11,25% ao ano, para além dos 12% ao ano esperados pelo mercado na pesquisa Focus divulgada na última segunda (3).

"O câmbio realmente foi o grande motivo que justificou a alta. Essa variável vai ser importante para definir até quando vai esse ajuste", disse a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências.

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Alessandra espera mais duas altas de 0,25 ponto percentual nos juros, em dezembro e janeiro, até 11,75% ao ano. Para ela, apenas um dólar na casa de R$ 2,80 justificaria um aperto monetário mais forte.

Para a economista, o aumento dos juros e uma melhora nas contas públicas devem manter a inflação nesse patamar no próximo ano. Ao mesmo tempo, são fatores que devem manter o crescimento econômico baixo, perto de 1% em 2015.

"Esse não é um BC que vai fazer uma política monetária dura. É mais para administrar a inflação no teto da meta [de 6,5%]", afirmou.

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Para o economista Flávio Serrano, do Banco Espírito Santo Investimento, os juros devem chegar a 12% ao ano na reunião de março do Copom. Uma alta maior, segundo ele, vai depender do comportamento do câmbio. "A grande justificativa para o BC ter subido os juros foi a taxa de câmbio mesmo."

BC DIVIDIDO
Um sinal de que o BC será mais moderado no combate à inflação é a divisão entre os diretores.

Os três diretores que votaram contra o aumento de juros, segundo a ata, afirmaram que ainda há incertezas sobre a magnitude e a persistência dos ajustes causados pela alta do dólar. "No entanto, a maioria dos membros do Copom considerou oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016", diz o BC no documento.

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Serrano afirmou que a alta de juros terá algum impacto sobre o consumo, mas não vê grandes efeitos sobre os investimentos, que vão continuar baixos devido à falta de confiança no país. Para ele, a atividade econômica já estava comprometida no próximo ano, mesmo que não houvesse aperto monetário.

"Sobre o investimento, pesa mais o cenário incerto do que a taxa de juros. A gente teve juros de 7,25% no Brasil [entre 2012 e 2013] com investimento caindo", afirmou.

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VIGILANTE

Na ata de hoje, o BC fez pela primeira vez uma avaliação sobre a economia em 2015, ao afirmar que a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação no próximo ano.

A instituição também justifica a decisão da semana passada ao dizer que, desde sua última reunião, em setembro, houve "intensificação" de "ajustes de preços relativos na economia", leia-se alta do dólar, que "tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável."

O Copom também voltou a afirmar que, em momentos como o atual, "a política monetária deve se manter especialmente vigilante". Na ata anterior, não havia a palavra "especialmente" nesta mesma frase. A expressão é vista pelo mercado como sinal de que a instituição seguirá aumentando os juros.

Na ata, o BC também elevou suas projeções de inflação, que passaram a ser calculadas com base em um dólar a R$ 2,50 e não mais R$ 2,25, como na ata anterior. A instituição informou ainda que espera aumento de 17,6% nos preços da energia elétrica neste ano. Em janeiro a projeção era de alta de 7,5%.

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