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Com impasse, aposentados mantêm ocupação de sede da Petrobras

RIO DE JANEIRO, RJ - Cerca de 80 aposentados e pensionistas da Petrobras ligados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) mantém desde a tarde da última terça-feira (30) a ocupação do lobby do edifício-sede da estatal, no centro do Rio.A ocupação contin

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.10.2014, 14:37:00 Editado em 27.04.2020, 20:07:57
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RIO DE JANEIRO, RJ - Cerca de 80 aposentados e pensionistas da Petrobras ligados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) mantém desde a tarde da última terça-feira (30) a ocupação do lobby do edifício-sede da estatal, no centro do Rio.

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A ocupação continuava no final da manhã desta quarta-feira (1º) e os petroleiros diziam que só deixariam o prédio com uma reunião marcada com a diretoria da estatal.

O diretor de Serviços da Petrobras, José Eduardo Dutra, está disposto a receber os aposentados e pensionistas, apurou a reportagem. Há, porém, uma condição: os manifestantes, que dormiram no saguão do edifício-sede da estatal, têm de deixar, primeiro, o local.

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A área de RH da estatal está sob a gestão de Dutra, ex-senador pelo PT e presidente da companhia no primeiro mandato de Lula.

Graça Foster, presidente da companhia, não tem, por enquanto, a intenção de recebê-los, apurou a reportagem. A empresa também não pretende alterar a política atual de dar reajustes diferentes para funcionários da ativa e inativos. Tampouco realizar novos aportes na Petros (fundo de pensão da estatal) para equiparar os aumentos salariais aos benefícios de aposentados e pensionistas nem corrigir defasagens passadas, pleiteadas pelos manifestantes.

Os petroleiros passaram a noite no prédio para reivindicar mudança no acordo salarial proposto pela estatal e o fim de um regime diferenciado de reajustes para inativos e ativos.

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Os inativos têm reajustes com base na inflação oficial do ano, enquanto ativos receberiam percentual superior.


CHEGADA

Os funcionários aposentados invadiram, na tarde de terça (30), a área do lobby e chegaram a passar pelas catracas que dão acesso aos elevadores. A ideia seria ir até o andar da diretoria e falar diretamente com Graça Foster, mas foram impedidos no caminho por seguranças.

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Os manifestantes não puderam entrar com colchonetes para acampar no local, mas mesmo assim passaram a noite na sede da Petrobras.

"Só deixamos o prédio com uma reunião marcada, com data, hora e local com a diretoria", disse à reportagem o diretor da FNP e presidente do Sindipetro de São José dos Campos (SP), José Ademir da Silva, um dos ocupantes, na manhã desta quarta (1º).

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O portão principal do edifício-sede da empresa no Rio, localizado na avenida Chile, no centro, está fechado ao público.

A entrada de funcionários e visitantes é feita por uma porta lateral do prédio. A Folha não recebeu permissão para entrar e acompanhar o processo de negociação. Do lado de fora, cerca de dez petroleiros, com faixas do Sindipetro-RJ, dão apoio à ocupação. O clima é de tranquilidade.

Silva afirmou que a federação que, segundo ele, representa cerca de metade dos trabalhadores da companhia, aposentados e da ativa, apresentou uma pauta de reivindicações no início de setembro e não foi atendida. A empresa tem cerca de 38 mil aposentados e pensionistas, de acordo com a FNP.

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A Petrobras possui, em todo o país, cerca de 86 mil funcionários concursados na ativa. O número de terceirizados, empregados não concursados, chega a perto de de 300 mil.

"Deveriam tratar com mais respeito os aposentados da Petrobras, muitos dos quais ajudaram a criar essa companhia tão importante para o país e que hoje têm um regime de reajuste inferior do que os ativos", disse o diretor da FNP.


RACHA E PLEITO

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A invasão marca um racha no movimento sindical dos petroleiros sobre a proposta de reajuste da Petrobras. A divisão ocorre porque a maioria dos funcionários da ativa e inativa da estatal são ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que já aprovou o acordo salarial deste ano proposto pela empresa (9,71% de reajuste). Os aposentados não têm direito a esse percentual e seu salário é corrigido apenas pela inflação do período (6,51%).

Já os sindicatos ligados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que conta com menos filiados, ainda quer negociar um aumento superior ao oferecido pela estatal (9,71%) para os trabalhadores atuais da companhia.

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Dirigentes da FNP dizem que a FUP fechou o acordo com a Petrobras para não prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

"Nós dedicamos 30 a 40 anos da nossa vida para construir esse império e não compartilhamos com essa situação de subornos e corrupção na empresa. A Graça tem uma direita. Construiu sua carreira, mas é manipulada pelo PT", disse Alealdo Hilário, diretor da FNP.

A FNP tem cinco sindicatos, cujo o principal é o do dos petroleiros do Rio de Janeiro, e se alinha ao PSTU. A FUP, ligada à CUT e ao PT, conta com 13 sindicatos.


OBJETIVO

Segundo a FPN, o objetivo é obter o compromisso de Foster a pressionar a Petros a voltar a conceder o mesmo reajuste dos funcionários da ativa -inclusive um aumento retroativo de 12% que não dado entre 2004 e 2006, além dos bônus pagos aos atuais funcionários da estatal.

Em nota, a Petrobras disse que "apresentou sua última proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2014 no dia 24" e que ela "está sendo aprovada nas unidades da companhia."

Sobre a manifestação, a estatal afirmou que a área de Recursos Humanos da companhia, responsável pelas negociações trabalhistas, "já se colocou à disposição para recebê-los.

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