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Hidrelétricas vão gerar menos para restabelecer hidrovia

Uma grande operação para restabelecer a navegação de grandes embarcações na hidrovia Tietê-Paraná teve início nesta sexta-feira, 26, em Porto Primavera, no extremo Oeste de Estado de São Paulo. A operação, autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.09.2014, 18:24:01 Editado em 27.04.2020, 20:08:13
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Uma grande operação para restabelecer a navegação de grandes embarcações na hidrovia Tietê-Paraná teve início nesta sexta-feira, 26, em Porto Primavera, no extremo Oeste de Estado de São Paulo. A operação, autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e Operador Nacional do Sistema (ONS), vai reduzir a vazão em três hidrelétricas do Rio Paraná - Sérgio Motta, em Porto Primavera, Ilha Solteira e Jupiá -- com o objetivo de aumentar os níveis dos reservatórios e da hidrovia, propiciando condições de navegação a partir de janeiro de 2015.

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A intenção é fazer com os níveis dos rios Paraná e Tietê subam e alimentem a hidrovia em trechos críticos do reservatório de Três Irmãos, no Rio Tietê, onde as embarcações encalhavam por falta de profundidade. "Com isso, esperamos que a hidrovia tenha condições de receber as grandes embarcações a partir da segunda quinzena de janeiro, mesmo que não chova", afirmou Casemiro Tércio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário, responsável pela gestão da hidrovia em São Paulo.

Para aumentar o nível da hidrovia, os técnicos da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que administra as hidrelétricas, vão reduzir a vazão entre 1,2 mil e 1,3 mil metros cúbicos por segundo. A redução teve início nesta sexta-feira, na usina Sérgio Motta, que teve sua vazão reduzida de 4,3 mil metros para 3 mil metros cúbicos por segundo, em um ritmo de 100 metros cúbicos por segundo. Mas, para isso, os técnicos têm de monitorar o comportamento de peixes em diversos pontos do Rio Paraná, uma vez que a redução de vazão também reduz o índice de oxigênio na água. Equipes de helicóptero, lanches e barcos da Cesp, Ibama e DH estão acompanhando a operação, que dura até domingo, fazendo coletas e medindo oxigenação da água. "Se a operação for bem sucedida, vamos repeti-la em 10 de outubro nas usinas de Jupiá e Ilha Solteira", disse Carvalho. Com novo sucesso, a operação se tornará permanente e deverá recuperar o calado da hidrovia, que está em 30 centímetros, para 2,70 metros de profundidade.

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Pressão

A operação ocorre após o governo do Estado de São Paulo ameaçar acionar judicialmente o ONS e a ANA para aumentar o nível dos reservatórios. A ANA foi notificada judicialmente e durante uma reunião realizada no dia 16 aceitou a proposta de redução e comunicou o ONS sobre a operação que também vai causar a redução de geração de energia elétrica nessas usinas. "Trata-se de uma pequena redução que não influencia em quase nada no sistema nacional. É zero vírgula zero alguma coisa", diz Carvalho, acrescentando que a época também é de menor consumo de energia. "Além disso, esperamos que, com a chegada das chuvas, o nível das reservas também aumente.

Prejuízo

O transporte na hidrovia foi paralisado na segunda quinzena de maio, causando, segundo o Departamento Hidroviário, o desemprego de 3,5 mil trabalhadores e prejuízos de R$ 706 milhões em logística com o transporte de soja, milho, celulose e madeira. Da previsão de 5,5 milhões toneladas desses produtos, apenas 700 mil toneladas foram escoadas pela hidrovia em 2014. A paralisação colocou nas estradas de São Paulo cerca de 45 mil carretas bitrens, de 45 toneladas, carregadas com 2,5 milhões de toneladas de soja e milho produzidos no Mato Grosso e Goiás, segundo estimativa do Movimento Pró-Logística, presidido pela Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja). Enquanto o preço do frete de hidrovia girou entre R$ 40,00 a R$ 45,00, o rodoviário foi de R$ 130,00.

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