BRASÍLIA, DF - Os próximos processos de revisão das tarifas de energia devem ter um impacto menor para o consumidor.
Feitos, geralmente, a cada quatro anos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), eles são processos mais completos que os reajustes anuais.
E repassam para o consumidor os ganhos de produtividade e de eficiência que as empresas tiveram nos anos anteriores.
Por isso, era comum que esses processos puxassem o valor das tarifas para baixo.
A partir de 2015, entretanto, começa a ser aplicado o 4º Ciclo de Revisões Tarifárias, em que as tarifas não devem sofrer muitas alterações.
De acordo com a agência, isso ocorre porque a fórmula e os parâmetros usados estão ficando cada vez mais precisos.
"É de se esperar que o impacto da revisão [para o consumidor] seja menor", disse o diretor-geral da reguladora, Romeu Rufino.
REMUNERAÇÃO
De acordo com texto encaminhado nesta terça-feira (10) para consulta pública pela diretoria da Aneel, quase todo o processo passará por mudanças nas regras.
O conjunto de alterações proposto diminui, por exemplo, a remuneração das distribuidoras de energia pelos investimentos feitos.
A ideia é de que esse percentual caia de 7,57% para 7,16%.
A pesar da redução para o investidor, a mudança não é tão benéfica para o consumidor quanto as aprovadas anteriormente pela agência.
No primeiro ciclo de revisões tarifárias, que começou a ser aplicado em 2003, o percentual de remuneração era de 11,26%.
Ao aprovar o segundo ciclo, aplicado a partir de 2007, esse percentual caiu para 9,95%.
A queda brusca favoreceu o consumidor, puxando as tarifas para baixo, já que esse número é um dos mais relevantes para adequar os preços no processo de revisão.
Já o terceiro ciclo de revisões, aplicado a partir de 2011, considerou uma remuneração dos investimentos a uma taxa de 7,50%.
Novamente a distância entre um percentual e outro reforçou a tendência de queda das tarifas.
MENOS IMPACTO
Agora, a proposta é de que na próxima revisão, feita a partir do ano que vem, essa taxa fique fixada em 7,16%, segundo proposta da agência.
Como a diferença entre o percentual usado anteriormente é menor, o consumidor também deve sentir menos esse impacto.
A agência reforçou, porém, que o número novo está ajustado aos custos para investir no país, ou seja, reflete o custo do capital e da captação de empréstimos para realização desses investimentos.
PRAZOS
Na consulta pública, a Aneel também pretende fixar em três anos essa avaliação sobre remuneração de investimentos.
Ao lado disso, fixar em seis anos a reavaliação de todas as demais regras que ajudam a compor o cálculo das revisões tarifárias, como custos operacionais, base de remuneração e perdas de energia.
Com isso a agência pretende que esses prazos sejam mais rígidos.
Atualmente, as revisões são feitas, em uma única etapa, a cada três, quatro ou cinco anos.
Como as propostas de mudanças ainda devem passar pelo processo de audiência pública, ainda é possível que sejam feitas mudanças nas regras e nos números usados até a aprovação definitiva.
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