BRASÍLIA, DF - O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse nesta terça-feira (27) que o desconto nas contas de luz foi uma "decisão corajosa da presidente Dilma Rousseff" e que não representava um "congelamento das tarifas".
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada também nesta terça-feira (27) mostrou que pouco mais de um ano após a medida do governo, os reajustes autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), fizeram com que o benefício para o consumidor fosse gradualmente desparecendo.
Para pouco mais de um terço das residências com energia elétrica (33,5% ou 21,4 milhões de casas) a redução aplicada sobre as tarifas já é inferior a 10%.
Inicialmente, o governo previa reduzir a conta de luz em, no mínimo 18%, para residências. O desconto médio, incluindo também as indústrias, era de 20,2%.
Além disso, duas distribuidoras de energia já deixaram de praticar o desconto prometido pelo governo e passaram a aplicar aumentos sobre os preços de 2012.
"Foi uma redução estrutural sobre as tarifas. Seus efeitos se fizeram na ocasião, ainda agora e para o futuro", disse Lobão.
"Houve sim uma redução de 20% e pronto. Sobre elas ocorrem os reajustes normais", completou o ministro.
De 22 empresas que reajustaram seus preços este ano (num total de 63), oito mantiveram os descontos acima de 10%. Elas atendem, porém, um número menor de consumidores: 6 milhões de casas, ou 9,38% do total.
DESABASTECIMENTO
O ministro reafirmou que o país não passará por racionamento de energia este ano, ainda que os reservatórios apresentem níveis mais baixos que em anos anteriores.
"O sistema apresenta-se equilibrado. Especialistas que respeito e até admiro apresentam dados diferentes, mas no governo temos especialistas igualmente respeitáveis", afirmou. "Não teremos percalços a despeito das dificuldades que agora estamos passando."
O ministro disse também que o governo pretende investir no setor mais R$ 260 bilhões até 2022.
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