MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Nakano defende saída da atual matriz macroeconômica

O estancamento do processo em curso de desindustrialização pelo qual passa o Brasil só será desmontado a partir da implementação de reformas que desarmem o "trio mortal" composto por câmbio valorizado, juros altos e política fiscal descontrolada, disse o

Da Redação

·
O economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia em São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Icone Camera Foto por Foto: Divulgação
O economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia em São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Escrito por Da Redação
Publicado em 26.05.2014, 11:27:01 Editado em 27.04.2020, 20:14:11
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O estancamento do processo em curso de desindustrialização pelo qual passa o Brasil só será desmontado a partir da implementação de reformas que desarmem o "trio mortal" composto por câmbio valorizado, juros altos e política fiscal descontrolada, disse o economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia em São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para Nakano, está claro que o processo de desindustrialização não é um fenômeno exclusivo do Brasil; ocorre também nas economias avançadas. Segundo ele, nas economias avançadas a perda de dinâmica da indústria se dá em um ambiente de renda per capita alta. Ali, disse, o processo ocorre ao tempo em que os serviços tecnológicos ganham maior participação no crescimento. No Brasil, de acordo com ele, o processo é diferente, os serviços que crescem mais são os pessoais, com pouca força para gerar empregos.

"Nos países emergentes há um descompasso grande entre serviços e indústria. Uma série de serviços passam a ser feitos fora da indústria. No Brasil, os serviços não têm o mesmo dinamismo da indústria. Temos de entender isso", disse Nakano, na abertura do seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, que a EESP e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), também da FGV, organizam nesta segunda-feira, 26, e na terça-feira, 27, em São Paulo.

Para ele, faltam estratégias para inserir a indústria brasileira nas cadeias globais de produção."Isso se dá por falta de liderança política. Não vou dizer que as políticas industriais e de inovação (no Brasil) foram um fracasso. Mas não têm dado resultado", criticou Nakano.

Ainda de acordo com o economista, o Brasil teve uma grande oportunidade de criar um mercado de massa que desse dinamismo à indústria. "Mas aqui temos o trio mortal. Temos de desmontar esse trio mortal começando pela redução da taxa de juros, que é uma herança do tempo inflacionário, das taxas overnight. Temos todo o sistema financeiro atrelado à taxa de juros diária", avaliou Nakano, acrescentando que essa política de juros desestimula os investimentos das empresas na produção industrial.

A consequência disso, segundo o diretor da EESP, é a baixa taxa de investimento registrada no Brasil, atualmente de 18% do PIB e com riscos de ser diminuída. "Enquanto isso, os países emergentes estão investindo 30% do PIB. Como crescer deste jeito sem sair dessa matriz macroeconômica?", questionou Nakano.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Nakano defende saída da atual matriz macroeconômica"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!