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Consumo em alta puxa inflação

No supermercado, o consumidor tem visto os preços subindo mais rápido. De olho nesse movimento, o Banco Central aumentou, na semana passada, a taxa básica de juros pela primeira vez em 19 meses para controlar a inflação. Especialistas dizem que, apesar

Da Redação

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 No supermercado, o consumidor tem visto os preços subindo mais rápido
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No supermercado, o consumidor tem visto os preços subindo mais rápido
Escrito por Da Redação
Publicado em 08.05.2010, 09:33:00 Editado em 27.04.2020, 21:02:05
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No supermercado, o consumidor tem visto os preços subindo mais rápido. De olho nesse movimento, o Banco Central aumentou, na semana passada, a taxa básica de juros pela primeira vez em 19 meses para controlar a inflação. Especialistas dizem que, apesar de os alimentos terem sido os “vilões” dos preços neste ano até abril, o problema da inflação é a demanda, que está aquecida demais.

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Os economistas explicam que os preços só sobem se houver alguém que compre os produtos pelo novo preço – e eles acreditam que é justamente isso que está acontecendo no Brasil. Com o aumento da renda e do crédito, as pessoas continuam comprando mesmo com os preços em alta.

Até abril, os preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulam alta de 2,65% - enquanto os alimentos acumulam valorização de 5,19%.

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“O aumento de preços é generalizado, porque a parte que compra sancionou essa alta. A renda aumentou, com a alta do salário mínimo, o mercado de trabalho aquecido e o desemprego baixo”, diz Tatiana Pinheiro, economista do Banco Santander. Para a especialista, os preços devem continuar subindo até junho, respondendo à demanda aquecida.

Alguns fatores também causaram a alta dos preços dos alimentos neste começo de ano, como a alta das commodities (produtos básicos, como os agrícolas) em nível mundial, a entressafra da cana-de-açúcar no Brasil aliada ao problema na colheita do produto na Índia e os problemas climáticos, que afetaram a colheita de certos produtos.

No começo do ano, a inflação respondeu a esses fatos e também aos juros, que estavam em níveis muito baixos antes de subirem na semana passada. Os juros baixos causam justamente o aquecimento da demanda; o BC, ao aumentar as taxas, busca agora esfriá-la. A lógica é que, ao elevar os juros, a autoridade monetária "enxuga" o excesso de reais, reduzindo o dinheiro disponível para o consumo.

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Mas, para Ricardo Araújo, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o órgão demorou a agir. “O Banco Central deveria ter aumentado os juros em março”, diz ele. O especialista acredita que a alta dos juros vai segurar a inflação, mas isso não é imediato: “a partir da terceira reunião [com alta de juros], a inflação deve começar a reagir”.

Araújo se preocupa também com a Copa do Mundo: “o varejo vai explodir”, diz ele, e com isso devem subir os preços de produtos como os da linha branca e as televisões.

Evaldo Alves, economista da FGV, também acha que o BC “atrasou a dar o remédio” para a inflação, mas acha que ela “não é nada de assustar”.

No entanto, segundo ele, produtos como vestuário e remédios já estão em alta e devem continuar a subir nos próximos meses. “O controle da inflação vai começar só no segundo semestre, mas para voltar a um patamar de estabilidade, só em 2011”, diz Alves.

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